São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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ANÁLISE

Oposição aposta no Legislativo para se contrapor ao poder da Casa Rosada


PRESIDENCIÁVEIS ACEITAM DERROTA ABERTAMENTE E PEDEM VOTOS PARA O CONGRESSO

OLIVIA SOHR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não existe incerteza sobre a eleição presidencial de hoje na Argentina. As primárias obrigatórias, que estrearam nesta eleição, funcionaram como um ensaio geral, porque cada partido apresentou apenas um candidato.
A vitória de Cristina Kirchner foi contundente, com 38 pontos de vantagem sobre os dois rivais mais próximos, Ricardo Alfonsín e Eduardo Duhalde, cada um com 12%.
O desencanto do eleitorado com ambos os candidatos fez com que caíssem ainda mais depois das primárias. O segundo lugar, de acordo com as pesquisas, cabe ao socialista Hermes Binner, governador de Santa Fé (uma das províncias mais importantes do país), desconhecido em nível nacional até recentemente. Ele vem conduzindo uma campanha efetiva, passando uma imagem de moderação e honestidade.
Diferentemente de outros oposicionistas, é um crítico moderado da presidente. Acompanhou o governo em votações cruciais no Congresso (como a da estatização dos fundos de pensão), mas manteve distância ao criticar a presidente por sua falta de institucionalidade e diálogo.
A falta de carisma não parece ter impedido o crescimento de sua candidatura. Caso as pesquisas procedam, ele se transformou no principal candidato da oposição.
Porque a Presidência já parece decidida, a oposição deposita esperança no Congresso e apela aos eleitores que procurem um contrapoder.
Alguns presidenciáveis aceitam abertamente a derrota e solicitam o voto aos candidatos legislativos de seus partidos. Elisa Carrió, por exemplo, hoje diz ao povo que "se quiser, vote em Cristina, mas não nos legisladores de seu partido".
Tudo já parece decidido na eleição. Resta apenas definir que posições serão conquistadas pelos opositores, e quem terá a segunda maior bancada no Congresso.

OLIVIA SOHR, analista política, integra a ONG argentina Chequeado.com

Tradução de PAULO MIGLIACCI




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