São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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Europeus discutem fortalecer bancos em € 100 bilhões

Pacote de ajuda deve garantir que as instituições financeiras possam absorver impacto de calote grego

Detalhes do plano não foram divulgados, mas ministro sueco defende que a conta não seja paga pelo contribuinte

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS

Ministros das Finanças da Europa, reunidos em Bruxelas, estavam ontem próximos de um acordo para um pacote de ajuda aos bancos que pode chegar a € 100 bilhões (R$ 247 bilhões).
A intenção é fortalecê-los para que possam absorver um calote organizado da Grécia e continuar a emprestar para movimentar a economia do continente.
Não há detalhes sobre como será a ajuda, quem poderá recebê-la, por quanto tempo vai durar e de onde virá o dinheiro.
"Eu acho que não poderá ser usado o dinheiro do contribuinte", disse Anders Borg, ministro das Finanças da Suécia, sem dar alternativa.
Também há dúvida se o pacote será anunciado hoje, após a cúpula de presidentes e primeiros-ministros europeus, ou na quarta-feira, quando eles voltam a se reunir na mesma cidade.
A reunião dos ministros começou na sexta-feira e foi uma preparatória para a cúpula de hoje. Na pauta, além da questão dos bancos, dois assuntos correlatos:
1) A crise da Grécia.
País está em recessão há três anos e a dívida ultrapassa os 160% do PIB (conjunto de riquezas do país). Haverá um tipo de calote, e os ministros das finanças do continente já decidiram que os credores terão de aceitar um corte no que têm a receber que seja maior que os 21% acertados em julho. Fala-se em 50%, 60%.
"Já definimos que haverá um significativo aumento na contribuição dos credores", afirmou Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro de Luxemburgo, que também preside o grupo dos ministros.
2) A crise de confiança.
A União Europeia precisa ampliar seu Fundo de Estabilidade Financeira para convencer investidores de que irá proteger economias maiores que a Grécia, como Itália e Espanha, caso a crise se intensifique nesses países. Hoje, o fundo tem € 400 bilhões, o que é considerado pouco. Há quem diga que seriam necessários € 3 trilhões. De novo, a questão é de onde virá o dinheiro.
Alemanha e França (as principais economias do continente) tem ainda muitas discordâncias sobre os dois pontos.
A Alemanha quer um percentual de calote maior. A França, cujos bancos estão mais expostos a títulos gregos, menor.
Para o fundo, a França quer maior participação do Banco Central Europeu. A Alemanha se opõe, mas não quer aumentar a parcela do país no bolo do fundo.
Enquanto Nicolas Sarkozy (presidente francês) e Angela Merkel (chanceler alemã) discutem, outros pressionam.
"Já tivemos medidas de curto prazo demais, curativos que nos permitem avançar apenas algumas semanas.
Temos que achar uma solução duradoura", disse George Osborne, ministro das Finanças do Reino Unido, país que não adota o euro, mas que também é afetado pelo grande comércio que mantém com o bloco.



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