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São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

Carros-bomba atingem delegacias no nordeste do país; com asa em chamas, avião faz pouso forçado

Atentados matam ao menos 18 iraquianos

Ceerwan Aziz/Reuters
Carros destruídos durante ataque à delegacia em Baquba, no Iraque


DA REDAÇÃO

Pelo menos 18 pessoas morreram, entre as quais cinco civis, e dezenas foram feridas com a explosão de dois carros-bomba em frente a delegacias, ontem, na região nordeste do Iraque.
O uso de carros-bomba em atentados se tornou comum no Iraque com a intensificação dos ataques da resistência desde agosto e piorou durante o Ramadã, o mês sagrado islâmico, que acaba na próxima semana. Dois ataques semelhantes ocorreram nas últimas quarta e quinta-feira.
Os atentados de ontem ocorreram em um intervalo de dez minutos, por volta das 8h (3h em Brasília), em Khan Bani Saad e Baquba, na área do Triângulo Sunita, região que concentra simpatizantes do regime deposto.
Em Khan Bani Saad, nas cercanias de Bagdá, um carro acelerou em direção a uma delegacia e explodiu quando os policiais iraquianos abriram fogo. Segundo militares americanos, seis policiais e três civis foram mortos, além do terrorista suicida.
Em Baquba, 65 km a nordeste de Bagdá, o alvo foi o principal quartel da polícia local, que fica de frente para uma escola. Testemunhas afirmaram que o motorista do carro estaria usando um uniforme da polícia iraquiana.
Sete policiais e dois civis morreram -um deles era uma menina de quatro anos. Pedaços das vítimas se espalharam por um raio de 500 metros, e uma cratera foi aberta no chão. Dentro da delegacia, o chão ficou coberto por estilhaços de vidro, e um aparelho de ar-condicionado foi lançado a metros de distância.

Pouso forçado
Um avião de carga da empresa de entregas DHL fez um pouso forçado no aeroporto internacional de Bagdá, com sua asa esquerda em chamas, sob suspeita de ter sido atingido por míssil terra-ar.
O Airbus 300 decolara para o Bahrein, em uma operação de entrega regular, por volta das 9h30 (4h30 em Brasília), quando o incêndio começou, forçando a aterrissagem de emergência. Segundo uma porta-voz da DHL, nenhum dos três tripulantes se feriu.
A capitã Carrie Clear, porta-voz do Exército americano no aeroporto, disse que a causa do incêndio está sob investigação, mas um militar americano afirmou à agência Associated Press, sob a condição de anonimato, que a aeronave foi atingido por um SAM-7 -míssil portátil russo.
Em Kirkuk, pelo menos sete americanos e iraquianos foram feridos depois de um ataque com foguetes contra um prédio da Companhia Petrolífera do Norte.
Os EUA atribuem a resistência a partidários do regime deposto e a militantes islâmicos estrangeiros que chegariam ao Iraque pelas fronteiras com a Síria e o Irã.
Desde que o presidente George W. Bush declarou o fim dos principais combates, em 1º de maio, 182 soldados americanos foram mortos em ataques.
Iraquianos que colaboram com os EUA são alvo -ontem, o filho do líder xiita Abdul Aziz al Hakim, membro do Conselho de Governo Iraquiano, afirmou que a mesquita onde seu pai estava na sexta foi atacada com granadas-foguetes. Al Hakim saiu ileso.

Com agências internacionais


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