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SUCESSÃO NOS EUA / CRISE ECONÔMICA
Obama anuncia plano para criar empregos
Sem citar valores nem detalhes, presidente eleito promete pacote de estímulo econômico que abrirá 2,5 milhões de vagas em dois anos
Em discurso radiofônico, democrata alerta para risco
de deflação e pede que Congresso aprove medidas que sua equipe prepara
DA REDAÇÃO
Em meio à desaceleração da
economia americana, o presidente eleito dos EUA, Barack
Obama, anunciou ontem em
seu programa semanal de rádio
que trabalha na criação de um
plano agressivo de estímulo
econômico para os dois primeiros anos de seu governo. Entre
outras coisas, o pacote prevê a
abertura de 2,5 milhões de empregos até janeiro de 2011.
"Corremos o risco de cair em
uma espiral deflacionária que
pode aumentar ainda mais nossa enorme dívida (...) Se não
agirmos incisivamente e de forma ressonante, a maioria dos
especialistas hoje acredita que
poderemos perder outros milhões de empregos", declarou.
Em outubro, o democrata já
havia pedido medidas que injetariam na economia US$ 175
bilhões. Mas seu discurso mostra que ele defenderá um pacote bem mais amplo, embora nenhum valor tenha sido citado.
Com a crise econômica decorrente do estouro da bolha de
crédito, o desemprego no país
registra um pico histórico -segundo o Departamento do Trabalho, 540 mil pessoas entraram com novos pedidos por seguro-desemprego na última semana, a maior alta em 16 anos.
Os EUA também vivem um
forte temor de deflação -o que
pode empurrar a economia de
vez para a recessão. O índice
americano de preços ao consumidor, divulgado nesta semana, registrou em outubro recuo
de 1% -a maior queda mensal
desde fevereiro de 1947, quando começou a ser medido. Com
a expectativa de mais baixas, o
consumidor deixa de comprar,
o que por sua vez prejudica a
produção e provoca mais deflação, num círculo vicioso.
"Não há forma rápida nem
fácil de resolver esta crise, que
está sendo burilada há anos e
que deve piorar antes de começar a melhorar", disse Obama.
O presidente eleito, que toma
posse em 20 de janeiro, afirmou ainda ter instruído sua
equipe econômica a trabalhar
na proposta de estímulo, que,
defende ele, precisa ser rapidamente aprovada em um Congresso de maioria governista.
"Trabalharemos nos detalhes nas próximas semanas,
mas será um esforço nacional
de dois anos para dar impulso à
criação de empregos e fincar as
bases de uma economia forte e
em crescimento", declarou.
Deputados e senadores democratas já haviam anunciado
a intenção de fazer do estímulo
econômico prioridade na pauta. Entre outras medidas, é esperada uma redução de impostos para a classe média e uma
injeção de verbas em obras de
infra-estrutura e nos serviços
públicos. As montadoras também negociam um pacote de
resgate com o Legislativo, mas
a votação travou em detalhes.
Anteontem, a mídia americana anunciou que Timothy
Geithner, presidente da unidade de Nova York do Federal Reserve (banco central dos EUA)
e visto como pragmático e
apartidário, será o próximo secretário do Tesouro. Os mercados financeiros reagiram bem à
escolha, que deve ser formalizada nos próximos dias.
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