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Pânico e debandada deixam mais de 300 mortos no Camboja
Vítimas participavam de tradicional cerimônia anual na capital cambojana, Phnom Penh, que atrai milhões
Correria, de acordo com relatos, foi causada por descarga elétrica; para premiê do país, é a "pior tragédia em 3 décadas"
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Pelo menos 339 pessoas
morreram ontem no Camboja após uma suposta descarga elétrica desatar pânico entre milhares de pessoas que
participavam de tradicional
cerimônia à beira do rio Mekong, em Phnom Penh.
Segundo testemunhas, as
pessoas, que participavam
do Festival da Água, saíram
em debandada depois que algumas foram eletrocutadas
em uma ponte que liga a capital à ilha Diamond.
A maioria das vítimas morreu afogada, ao cair da ponte, ou então esmagada pelas
milhares de pessoas que corriam para sair do local.
De acordo com uma televisão estatal, ao menos 240
mortos eram mulheres. Outras centenas de pessoas ficaram feridas no episódio.
O premiê cambojano, Hun
Sen, pediu desculpas pelo
desastre e ordenou a abertura de uma investigação.
"Essa é a pior tragédia em
mais de 31 anos, desde o regime de Pol Pot", afirmou, em
uma referência ao regime do
Khmer Vermelho, que matou
estimadas 1,7 milhão de pessoas na década de 1970.
Em três pronunciamentos
oficiais, Hun Sen pediu calma à população, descartou
que uma ação terrorista tenha sido a causa do pânico e
declarou a próxima quinta-feira como um dia de luto.
"É preciso mais investigações", afirmou o premiê.
Os esforços de resgate de
feridos entraram pela madrugada de hoje, com ambulâncias fazendo sucessivas
viagens do local da tragédia
aos hospitais da cidade.
No hospital Calmette, o
principal da capital, corpos
de vítimas se espalhavam pelos corredores, e a gravidade
dos ferimentos de muitos pacientes permitia prever aumento no número de mortes.
Corpos podiam ser vistos
ainda boiando nos arredores
da ponte ou estirados pela
ponte, bem como pertences e
vestimentas das vítimas.
FESTIVAL DA ÁGUA
As autoridades cambojanas estimam que até 2 milhões de pessoas tenham ido
até Phnom Penh para o Festival da Água, que ontem estava no terceiro e último dia.
O evento anual marca o
fim da estação das chuvas e
tem como principal atração
uma corrida de barcos nos
rios Mekong e Tonle Sap.
A tragédia ocorreu após o
fim da última corrida e durante a realização de um concerto na ilha Diamond. Autoridades não disseram quantas pessoas estavam na ilha
no momento, mas imagens
mostravam uma multidão
acompanhando o evento.
Um vendedor relatou à
agência Associated Press que
o pânico teve origem depois
de cerca de dez pessoas perderem a consciência devido à
suposta descarga elétrica.
A ilha, propriedade de um
banco local, é equipada com
um centro de conferências e
de eventos, restaurantes e
uma popular área comercial.
Durante o Festival da
Água, atrai centenas de milhares de pessoas com vasta
oferta de roupas e comida.
Muitas das vítimas estavam voltando para casa após
passar pelo local quando foram pegas pela debandada.
O Camboja, vizinho ao
Vietnã, Tailândia e Laos, é
um dos países mais pobres
do Sudeste Asiático.
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