São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2010

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Pânico e debandada deixam mais de 300 mortos no Camboja

Vítimas participavam de tradicional cerimônia anual na capital cambojana, Phnom Penh, que atrai milhões

Correria, de acordo com relatos, foi causada por descarga elétrica; para premiê do país, é a "pior tragédia em 3 décadas"


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Pelo menos 339 pessoas morreram ontem no Camboja após uma suposta descarga elétrica desatar pânico entre milhares de pessoas que participavam de tradicional cerimônia à beira do rio Mekong, em Phnom Penh.
Segundo testemunhas, as pessoas, que participavam do Festival da Água, saíram em debandada depois que algumas foram eletrocutadas em uma ponte que liga a capital à ilha Diamond.
A maioria das vítimas morreu afogada, ao cair da ponte, ou então esmagada pelas milhares de pessoas que corriam para sair do local.
De acordo com uma televisão estatal, ao menos 240 mortos eram mulheres. Outras centenas de pessoas ficaram feridas no episódio.
O premiê cambojano, Hun Sen, pediu desculpas pelo desastre e ordenou a abertura de uma investigação.
"Essa é a pior tragédia em mais de 31 anos, desde o regime de Pol Pot", afirmou, em uma referência ao regime do Khmer Vermelho, que matou estimadas 1,7 milhão de pessoas na década de 1970.
Em três pronunciamentos oficiais, Hun Sen pediu calma à população, descartou que uma ação terrorista tenha sido a causa do pânico e declarou a próxima quinta-feira como um dia de luto.
"É preciso mais investigações", afirmou o premiê.
Os esforços de resgate de feridos entraram pela madrugada de hoje, com ambulâncias fazendo sucessivas viagens do local da tragédia aos hospitais da cidade.
No hospital Calmette, o principal da capital, corpos de vítimas se espalhavam pelos corredores, e a gravidade dos ferimentos de muitos pacientes permitia prever aumento no número de mortes.
Corpos podiam ser vistos ainda boiando nos arredores da ponte ou estirados pela ponte, bem como pertences e vestimentas das vítimas.

FESTIVAL DA ÁGUA
As autoridades cambojanas estimam que até 2 milhões de pessoas tenham ido até Phnom Penh para o Festival da Água, que ontem estava no terceiro e último dia.
O evento anual marca o fim da estação das chuvas e tem como principal atração uma corrida de barcos nos rios Mekong e Tonle Sap.
A tragédia ocorreu após o fim da última corrida e durante a realização de um concerto na ilha Diamond. Autoridades não disseram quantas pessoas estavam na ilha no momento, mas imagens mostravam uma multidão acompanhando o evento.
Um vendedor relatou à agência Associated Press que o pânico teve origem depois de cerca de dez pessoas perderem a consciência devido à suposta descarga elétrica.
A ilha, propriedade de um banco local, é equipada com um centro de conferências e de eventos, restaurantes e uma popular área comercial.
Durante o Festival da Água, atrai centenas de milhares de pessoas com vasta oferta de roupas e comida.
Muitas das vítimas estavam voltando para casa após passar pelo local quando foram pegas pela debandada.
O Camboja, vizinho ao Vietnã, Tailândia e Laos, é um dos países mais pobres do Sudeste Asiático.


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