São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

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QUÊNIA

Chefe da oposição propõe ser premiê em governo conjunto

DA REDAÇÃO

O líder oposicionista do Quênia Raila Odinga disse ontem estar disposto a compartilhar o governo com o presidente Mwai Kibaki, o que poria fim a confrontos étnico-políticos desencadeados no fim do ano passado, após a reeleição de Kibaki.
Em entrevista a uma rede de TV da Alemanha, Odinga, líder do Movimento Democrático Laranja, disse porém que ele assumiria o cargo de premiê -não existente no Quênia- e Kibaki poderia permanecer na Presidência. "Temos uma proposta de Constituição que prevê um cargo de presidente e um de primeiro-ministro", afirmou o oposicionista.
De fato, uma reforma constitucional contendo essa proposta foi a referendo em 2005, tendo sido derrotada. Na época Odinga pediu votos contra a alteração na Carta, por considerar que os poderes do premiê seriam muito limitados.
O líder laranja também disse esperar que "Kofi Annan obtenha a cooperação de ambas as partes" no conflito no Quênia. O ex-secretário-geral da ONU chegou anteontem à noite ao país para fazer a mediação política do conflito. Ele já havia se encontrado com Odinga, mas ainda não com Kibaki. Odinga cancelou manifestações previstas para hoje num gesto de boa vontade a Annan.
Mais de 700 pessoas já morreram no conflito étnico no Quênia, desencadeado pela reeleição do presidente Kibaki no dia 27 de dezembro. Kibaki, um kikuyu, é acusado de cometer fraude eleitoral por Raila Odinga, da tribo rival dos luos. Em menos de um mês, a violência causou o deslocamento de 250 mil pessoas, segundo fontes oficiais.


Com agências internacionais


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