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Brasil transportará reféns que forem soltos pelas Farc
Ação foi acertada por Cruz Vermelha, com aval de Bogotá
DA REDAÇÃO
Com o sinal verde do governo
da Colômbia, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha
anunciou que o Brasil será o
único país que participará, com
o envio de dois helicópteros e
pilotos, da libertação unilateral
de seis sequestrados anunciada
pelas Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia)
em dezembro. Não há data definida para a operação, por motivos de segurança.
"Vamos fornecer os meios logísticos, mas a operação se dará
sob a responsabilidade da Cruz
Vermelha Internacional", disse
o embaixador do Brasil em Bogotá, Valdemar Carneiro, pouco antes de se reunir com o presidente colombiano Álvaro
Uribe, e o governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), que
fazia visita a Bogotá.
Não haverá enviados políticos do Brasil. Por exigência das
Farc, a senadora oposicionista
colombiana Piedad Córdoba,
que atuou em libertações unilaterais anteriores, voltará a fazê-lo. A guerrilha anunciou que serão soltos um soldado, três policiais, o ex-governador do departamento de Meta Alan Jara,
capturado em 2001, e o ex-deputado Sigifredo López.
A participação de um "fiador" internacional era também
uma exigência das Farc para a
libertação. Bogotá vinha negando a possibilidade, sob críticas dos familiares dos reféns.
Enfraquecidas pela pressão
militar, pelo desgaste político
provocado pelos sequestros e
pela exitosa e controvertida
operação de resgate de Ingrid
Betancourt e mais 14 reféns,
em julho, as Farc anunciaram a
libertação unilateral em 21 de
dezembro na tentativa de relançar, com algum holofote internacional, a proposta de intercâmbio humanitário: troca
de sequestrados "políticos" por
500 guerrilheiros presos.
Se concretizada a soltura dos
seis reféns, as Farc terão em
seu poder 22 militares "trocáveis" por rebeldes, e mais centenas de cativos comuns, pelos
quais quer dinheiro. O grupo
pede que o Congresso aprove
um marco legal para as negociações com o governo, como
fez no processo de desmobilização dos paramilitares, em
2005. O cenário é improvável.
Segundo o CICV, vários países foram consultados, e o Brasil foi escolhido "por sua proximidade geográfica e pelas facilidades logísticas que poderá
oferecer". Contou para aprovação por Bogotá o perfil político
discreto do governo Lula na
questão, à diferença do governo
Chávez -a Embaixada do Brasil na Colômbia afirmou que
não haverá declarações sobre o
tema até a ação para evitar suscetibilidades. As Farc ainda não
disseram se estão de acordo
com os planos.
Em 2008, as Farc libertaram
seis reféns em "desagravo" ao
presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, à época trocando ataques públicos com Uribe. De lá
para cá, eles se reaproximaram,
e Chávez tem marcado distância do grupo.
Com agências internacionais e a Sucursal de Brasília
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