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Ségolène se alia à velha guarda do PS
Candidata presidencial francesa forma corpo de assessoria com dois ex-premiês e ex-adversários da primária interna
A principal adesão foi a de
Jospin, desclassificado em
2002 nas presidenciais e até
agora sarcástico sobre sua
colega de Partido Socialista
DA REDAÇÃO
A candidata socialista à Presidência francesa, Ségolène Royal, saudou ontem em termos
fervorosos a adesão a sua campanha de personagens de peso
histórico dentro de seu partido.
Depois do ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, passaram
a participar de um conselho de
13 assessores dois de seus adversários internos nas primárias do ano passado, o também
ex-premiê Laurent Fabius e
Dominique Strauss-Kahn, que
foi ministro das Finanças.
Esse conselho foi anunciado
pela própria Ségolène, anteontem à noite, em entrevista a
uma emissora de televisão.
A adesão dos "elefantes" socialistas -o termo não tem significado pejorativo na França-
tende a neutralizar as críticas
de que Ségolène estava empenhada numa campanha pouco
profissional, diz o "Financial
Times". Mas ela também corre
o risco de perder a imagem de
independente, dissociada da
velha guarda do PS.
Jospin foi para ela a adesão
mais surpreendente. Ele não
chegou a disputar as primárias
de setembro e em privado criticava a opção do partido por Ségolène, a quem chegou a qualificar de "demagoga" e "fútil".
Ele se afastou das atividades
partidárias depois de eliminado do primeiro turno presidencial de 2002, quando a abstenção dos socialistas permitiu
que o turno decisivo fosse disputado entre o presidente Jacques Chirac e o líder da extrema direita, Jean-Marie Le Pen.
Primeiro-ministro entre
1997 e 2002, Jospin foi ligado
ao ex-presidente François Mitterrand e é visto como hábil por
ter reduzido o desemprego.
Os "elefantes" não capitularam à candidata. Passaram a raciocinar em termos de futuro
de uma máquina partidária de
boa implantação regional e que,
no Parlamento, possui a maior
bancada da oposição. Ségolène,
um "fato novo" na política francesa, passou à condição de aliada na mesma sede dos socialistas pelo poder.
A candidata do PS deixou de
ser "o azarão da esquerda", depois de uma bem-sucedida aparição na TV na última segunda-feira. As últimas 28 pesquisas
eleitorais haviam sido para ela
desfavoráveis. Mas pesquisa divulgada esta semana lhe dá
29% das intenções no primeiro
turno de abril, um ponto a mais
que Nicolas Sarkozy, seu mais
sério concorrente conservador.
No segundo turno ela ainda está com uma desvantagem de
quatro pontos. Os dois resultados ainda estão dentro da margem de erro.
Com agências internacionais
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