São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2007

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Ségolène se alia à velha guarda do PS

Candidata presidencial francesa forma corpo de assessoria com dois ex-premiês e ex-adversários da primária interna

A principal adesão foi a de Jospin, desclassificado em 2002 nas presidenciais e até agora sarcástico sobre sua colega de Partido Socialista

DA REDAÇÃO

A candidata socialista à Presidência francesa, Ségolène Royal, saudou ontem em termos fervorosos a adesão a sua campanha de personagens de peso histórico dentro de seu partido.
Depois do ex-primeiro-ministro Lionel Jospin, passaram a participar de um conselho de 13 assessores dois de seus adversários internos nas primárias do ano passado, o também ex-premiê Laurent Fabius e Dominique Strauss-Kahn, que foi ministro das Finanças.
Esse conselho foi anunciado pela própria Ségolène, anteontem à noite, em entrevista a uma emissora de televisão.
A adesão dos "elefantes" socialistas -o termo não tem significado pejorativo na França- tende a neutralizar as críticas de que Ségolène estava empenhada numa campanha pouco profissional, diz o "Financial Times". Mas ela também corre o risco de perder a imagem de independente, dissociada da velha guarda do PS.
Jospin foi para ela a adesão mais surpreendente. Ele não chegou a disputar as primárias de setembro e em privado criticava a opção do partido por Ségolène, a quem chegou a qualificar de "demagoga" e "fútil".
Ele se afastou das atividades partidárias depois de eliminado do primeiro turno presidencial de 2002, quando a abstenção dos socialistas permitiu que o turno decisivo fosse disputado entre o presidente Jacques Chirac e o líder da extrema direita, Jean-Marie Le Pen.
Primeiro-ministro entre 1997 e 2002, Jospin foi ligado ao ex-presidente François Mitterrand e é visto como hábil por ter reduzido o desemprego.
Os "elefantes" não capitularam à candidata. Passaram a raciocinar em termos de futuro de uma máquina partidária de boa implantação regional e que, no Parlamento, possui a maior bancada da oposição. Ségolène, um "fato novo" na política francesa, passou à condição de aliada na mesma sede dos socialistas pelo poder.
A candidata do PS deixou de ser "o azarão da esquerda", depois de uma bem-sucedida aparição na TV na última segunda-feira. As últimas 28 pesquisas eleitorais haviam sido para ela desfavoráveis. Mas pesquisa divulgada esta semana lhe dá 29% das intenções no primeiro turno de abril, um ponto a mais que Nicolas Sarkozy, seu mais sério concorrente conservador. No segundo turno ela ainda está com uma desvantagem de quatro pontos. Os dois resultados ainda estão dentro da margem de erro.


Com agências internacionais


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