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EUA buscam ajustes com Austrália
Em Canberra, secretários abordaram intenção do premiê Rudd de retirar tropas do Iraque e Afeganistão
Novo governo, que afirmara querer diminuir influência de Washington, anunciou revisão de acordo de compra de 24 caças do governo Bush
DA ASSOCIATED PRESS
A fim de aparar arestas com o
novo governo em Canberra, o
secretário de Defesa dos EUA,
Robert Gates, e o subsecretário
de Estado, John Negroponte,
realizaram ontem um encontro
de sete horas com seus colegas
australianos na capital do país.
Gates e Negroponte lideravam a maior delegação norte-americana a visitar a Austrália
desde que foi eleito o novo governo trabalhista -encabeçado
pelo primeiro-ministro Kevin
Rudd-, em novembro passado.
Rudd havia dito que iria retirar as forças australianas do
Iraque, além de tornar a política externa do país mais independente dos EUA.
O ministro da Defesa australiano, Joel Fitzgibbon, disse
que a recente afirmação do governo do Canadá de que irá retirar seus 2.500 soldados do
conturbado sul do Afeganistão
porque outros países não contribuem o suficiente com os
combates foi um dos temas discutidos no encontro.
"Deixamos muito, muito claro que nosso compromisso no
Afeganistão é de longa duração", afirmou, referindo-se aos
cerca de mil soldados que a
Austrália mantém no sul do
país. Ele disse que não estabelecerá um prazo para a retirada.
Contemporização
Gates declarou não estar
preocupado com a possibilidade de o novo governo australiano reduzir suas forças no país.
"Realizei dois encontros com
o ministro da Defesa sobre esse
assunto e não tive nenhuma indicação de alguma mudança de
direção no que diz respeito ao
Afeganistão", afirmou.
Em meados deste ano, Canberra planeja retirar 550 soldados que mantém no Iraque. O
governo anterior enviara 2.000
soldados para apoiar a coalizão
liderada pelos EUA durante a
invasão do Iraque.
Antes do encontro de ontem,
tanto Gates quanto Fitzgibbon
tentaram reduzir o potencial
conflito em torno da questão.
Gates disse que a coalizão valoriza o papel que a Austrália
exerceu nos combates. Já Fitzgibbon afirmou que a mudança
de governo no país não modificou a confiança dos norte-americanos em seu aliado-chave.
Os EUA têm cerca de 155 mil
soldados no Iraque, e a Austrália tem 1.540, distribuídos entre Exército, Marinha e Aeronáutica.
Contudo, apesar da retórica
mútua, Fitzgibbon anunciou na
semana passada a revisão de
uma decisão tomada pelo governo anterior de assinar um
contrato de US$ 5,5 bilhões para a compra de 24 caças norte-americanos.
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