São Paulo, quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

China impõe mais controle a internautas

Indivíduos terão que se encontrar com reguladores para abrir novos websites

Pequim, pela 1ª vez desde o início do atrito com Google, nega acusação, "infundada", de ciberataques a serviço de e-mail da empresa dos EUA

DA REDAÇÃO

O governo chinês anunciou ontem novas restrições ao registro de endereços na internet por pessoas no país e, pela primeira vez desde a atual disputa com o Google, em janeiro, rejeitou acusação de que estaria por trás dos ciberataques ao serviço de e-mail da empresa dos EUA.
Segundo as novas medidas anunciadas pelo Ministério da Tecnologia, pessoas interessadas em operar websites, antes de oficializar o registro, precisarão se encontrar com reguladores e apresentar identidade e fotos aos serviços responsáveis.
As novas restrições, afirma Pequim, visam apertar o cerco contra a pornografia na internet. Só no ano passado, 5.400 pessoas foram detidas no país por promover a atividade on-line. Para críticos, no entanto, a justificativa é apenas o pretexto para intensificação da censura.
Também ontem, a Chancelaria chinesa disse que são "infundadas" as acusações de que teria patrocinado ou acobertado ataques virtuais a contas de ativistas de direitos humanos e críticos do regime no Gmail.
Revelados no dia 12 de janeiro, os supostos ciberataques motivaram a empresa a anunciar que não pretende mais censurar suas operações na China -condição para a criação do Google.cn, em 2006- e ameaçar deixar o país caso Pequim não aceite a sua decisão.
"A China proíbe [a atividade de] hackers e os reprimirá segundo a lei", disse o porta-voz da Chancelaria, Qin Gang.
Inicialmente um atrito entre Pequim e o Google, a disputa evoluiu para se tornar mais um elemento na crescente tensão entre China e EUA -que inclui diferenças em temas econômicas, climáticos e militares e, desde a última semana, a visita aos EUA do líder espiritual do Tibete no exílio, o dalai-lama.
A Chancelaria chinesa negou também revelações feitas nos últimos dias de que os ataques ao Gmail haviam sido rastreados até duas universidades chinesas, reforçando as suspeitas de envolvimento de Pequim.
O porta-voz não confirmou relatos de que Pequim e o Google estariam mantendo conversas diretas para superar os atritos, mas disse que "importantes autoridades [chinesas] estão em comunicação com relevantes empresas de internet".


Com agências internacionais

Texto Anterior: Lista de santuários israelenses irrita palestinos
Próximo Texto: Visando sair da crise, Islândia estuda virar paraíso jornalístico
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.