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São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

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OPOSIÇÃO

Quando os ataques acabarem, países querem que a ONU gerencie reconstrução do Iraque

Rússia e China exigem fim da guerra

Desmond Boylan/Reuters
Imagem de Saddam Hussein depredada no porto de Umm Qasr, sul do Iraque, onde há combates


DA REDAÇÃO

Em sua primeira reação oficial contra o ataque ao Iraque após o início da guerra, os governos da Rússia e da China exigiram ontem o fim imediato do confronto e defenderam a autoridade do Conselho de Segurança da ONU na reconstrução do país.
Segundo os chanceleres Igor Ivanov (Rússia) e Li Zhaoxing (China), que conversaram por telefone, a ofensiva anglo-americana "atropelou o Conselho de Segurança da ONU e é ilegal".
Rússia e China lideraram a oposição à guerra, com a França e a Alemanha, antes de o confronto começar. Mas, desde que as bombas passaram a cair sobre o Iraque, na quinta-feira, os protestos oficiais deram lugar ao silêncio.
A posição russa levou autoridades nos EUA a questionarem a intenção do país com base no fato de a Rússia ser credora do governo iraquiano e ter contratos de exploração de petróleo no país.
Além disso, ontem, os EUA protestaram ao governo russo após uma reportagem do jornal "The Washington Post" afirmar que Moscou teria vendido equipamentos de guerra ao Iraque que violam o embargo da ONU.
Por sua vez, a Alemanha levantou as mesmas dúvidas sobre o governo de George W. Bush. Em entrevista à revista "Der Spiegel", publicada ontem, o ministro das Relações Exteriores Joschka Fischer acusou os EUA de usarem critérios distintos para julgar cada país e rejeitou o conceito de "guerra preventiva".

Liga Árabe
Os protestos oficiais ressoam também na Liga Árabe, cujos ministros das Relações Exteriores se reúnem hoje no Cairo para definir uma posição conjunta e estudar ações para interromper o conflito.
O ministro iraquiano, Naji Sabri, que participa do encontro, conclamou "uma instância árabe legítima" que ecoe os protestos populares contra a guerra.
No fim de semana, os governos da Síria, do Líbano e da Arábia Saudita pediram o fim da guerra. Hoje, a Shura -conselho parlamentar saudita indicado pelo governo- deve emitir um comunicado em que condena o confronto e defende a imputabilidade dos militares norte-americanos por crimes de guerra.
Entretanto os países árabes não têm se manifestado em bloco. O Kuait cedeu suas bases aéreas aos EUA, enquanto a Jordânia foi o primeiro país a acatar a solicitação norte-americana de expulsão dos diplomatas iraquianos.

Com agências internacionais


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