UOL


São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PELA PAZ

Manifestações foram menores do que as de anteontem; no Paquistão, 100 mil marcharam

Mundo vê quarto dia de protestos

DA ASSOCIATED PRESS

Da Austrália à Itália, manifestantes marcharam e gritaram contra a guerra no Iraque pelo quarto dia consecutivo ontem. Alguns penduraram uma faixa pela paz no Coliseu, em Roma, e, em Bangladesh, deficientes físicos carregaram fotos de crianças iraquianas feridas.
Os protestos foram menores do que os de anteontem, quando dezenas de manifestações coordenadas na Europa e nos EUA levaram cerca de 1,5 milhão de pessoas às ruas contra a guerra.
Um dos maiores protestos de ontem foi organizado pela direita islâmica no Paquistão, país aliado dos EUA. Mais de 100 mil pessoas marcharam em Lahore, algumas carregando retratos do líder terrorista Osama bin Laden e do ditador iraquiano, Saddam Hussein. Outras, incluindo crianças pequenas, gritavam palavras de ordem antiamericanas, mas os protestos foram pacíficos.
Em Sydney, na Austrália, país que apóia a guerra, entre 30 mil e 50 mil pessoas pediram o fim da invasão do Iraque e que os cerca de 2.000 soldados australianos na região fossem levados de volta ao país. Os manifestantes também criticaram o premiê australiano, John Howard, por seu apoio à ofensiva liderada pelos EUA.
Em Bangladesh, país majoritariamente muçulmano, um grupo de deficientes físicos -alguns em cadeiras de rodas e outros se apoiando em muletas- fez uma passeata pacífica diante do Parlamento na capital, Dacca. Os manifestantes carregavam fotografias de crianças iraquianas feridas e gritavam: "A guerra aleija!"
Milhares protestaram em duas bases militares americanas na Itália. Ativistas penduraram uma grande faixa preta no Coliseu simbolizando o luto pelas vítimas da guerra, e outra grande faixa com as palavras "Contra a guerra, Roma pela paz" foi erguida no início de uma maratona na cidade.
Em Madri, grande parte dos 100 mil espectadores de um jogo de futebol em um estádio na capital espanhola aplaudiu de pé quando os jogadores do Barcelona apareceram com camisetas contra a guerra e desfilaram com uma faixa dizendo "Barça pela paz".
No Japão, cerca de 2.000 pessoas protestaram em várias cidades, incluindo Hiroshima, onde manifestantes de reuniram diante de um monumento em homenagem aos que morreram quando os EUA jogaram uma bomba atômica na cidade no fim da Segunda Guerra Mundial.
No Afeganistão, onde soldados americanos continuam sua busca por terroristas, cerca de mil pessoas protestaram contra a guerra ao Iraque na cidade de Mehatar Lam (legião leste).
Confrontos continuaram a ocorrer pelo terceiro dia consecutivo diante da Embaixada dos EUA em Bahrein, onde manifestantes jogaram pedras e queimaram pneus. Cerca de 200 manifestantes entraram em confronto com tropas de choque, e as embaixadas americana e britânica permaneceram fechadas.
Mais de 15 mil alunos de quatro universidades egípcias protestaram nos campi das faculdades.
Em Cartum, a capital sudanesa, manifestantes atiraram pedras e garrafas vazias no edifício da embaixada dos EUA, e milhares de pessoas marcharam até um escritório da ONU. Um estudante universitário foi morto a tiros em uma manifestação em Cartum no sábado. Testemunhas afirmam que ele foi morto pela polícia, mas autoridades dizem que o caso ainda está sendo investigado.
Em Atenas (Grécia), a polícia afirmou que manifestantes contrários à guerra tentaram incendiar uma agência do Citibank e um restaurante do McDonald's. Ninguém ficou ferido.
Na Cidade do México, centenas protestaram diante da embaixada dos EUA. A polícia prendeu cinco manifestantes que atiravam pedras no edifício, mas os libertou pouco depois.
No Chile, a polícia prendeu dez dos cerca de cem jovens que tentaram bloquear o trânsito e a passagem de pedestres em ruas nos arredores da Embaixada dos EUA em Santiago.
Extremistas islâmicos contrários à guerra protestaram na Indonésia, afirmando que matar o presidente dos EUA, George W. Bush, seria legal de acordo com a lei islâmica. Eles queimaram a bandeira americana e um boneco representando Bush.


Texto Anterior: Venezuela: Chávez anuncia criação de projeto de lei antiterrorista
Próximo Texto: Americanos pró-guerra reagem a protestos pacifistas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.