São Paulo, terça-feira, 24 de março de 2009

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ÁFRICA

Ditador sudanês faz primeira viagem após mandado do TPI

DA REDAÇÃO

O ditador sudanês, Omar al Bashir, esteve ontem na Eritreia, em sua primeira viagem ao exterior desde que o Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu sua prisão, no último dia 4, por crimes de guerra e contra a humanidade na região de Darfur.
Ele se encontrou com o presidente eritreu, Isaias Afwerki, e voltou no mesmo dia a Cartum. Segundo as normas do TPI, Estados signatários do tribunal -caso do Brasil- teriam obrigação de prender Bashir se ele pisasse em seus territórios. Não é o caso da Eritreia, que se diz "solidária" ao presidente do país vizinho. "Ele [Bashir] veio discutir relações bilaterais. Por que deveríamos nos preocupar com o TPI?", disse o ministro da Comunicação eritreu, Ali Abdu Ahmed.
Analistas ouvidos pela agência Reuters veem o gesto como simbólico, para desafiar o TPI sem de fato arriscar-se, já que a Eritreia não tem relações significativas com a comunidade internacional. Mas a mídia estatal sudanesa reportou anteontem que religiosos islâmicos locais recomendaram a Bashir que não viaje à Cúpula da Liga Árabe e à reunião entre países árabes e sul-americanos, ambas no final de março, no Qatar -ainda que este tampouco seja um signatário do TPI e que a Liga Árabe já tenha declarado que não agirá contra Bashir.
A ONU estima que desde 2003 cerca de 300 mil pessoas tenham morrido em Darfur e 2,7 milhões tenham sido forçadas a deixar suas casas. Mas Bashir, no poder desde 1989, rechaça as decisões da corte sediada em Haia (Holanda) e respondeu às ações do TPI com a expulsão de grupos humanitários internacionais de Darfur.

Com agências internacionais


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