|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁFRICA
Ditador sudanês faz primeira viagem após mandado do TPI
DA REDAÇÃO
O ditador sudanês, Omar
al Bashir, esteve ontem na
Eritreia, em sua primeira
viagem ao exterior desde que
o Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu sua prisão,
no último dia 4, por crimes
de guerra e contra a humanidade na região de Darfur.
Ele se encontrou com o
presidente eritreu, Isaias Afwerki, e voltou no mesmo dia
a Cartum. Segundo as normas do TPI, Estados signatários do tribunal -caso do
Brasil- teriam obrigação de
prender Bashir se ele pisasse
em seus territórios. Não é o
caso da Eritreia, que se diz
"solidária" ao presidente do
país vizinho. "Ele [Bashir]
veio discutir relações bilaterais. Por que deveríamos nos
preocupar com o TPI?", disse o ministro da Comunicação eritreu, Ali Abdu Ahmed.
Analistas ouvidos pela
agência Reuters veem o gesto como simbólico, para desafiar o TPI sem de fato arriscar-se, já que a Eritreia
não tem relações significativas com a comunidade internacional. Mas a mídia estatal
sudanesa reportou anteontem que religiosos islâmicos
locais recomendaram a Bashir que não viaje à Cúpula da
Liga Árabe e à reunião entre
países árabes e sul-americanos, ambas no final de março, no Qatar -ainda que este
tampouco seja um signatário
do TPI e que a Liga Árabe já
tenha declarado que não agirá contra Bashir.
A ONU estima que desde
2003 cerca de 300 mil pessoas tenham morrido em
Darfur e 2,7 milhões tenham
sido forçadas a deixar suas
casas. Mas Bashir, no poder
desde 1989, rechaça as decisões da corte sediada em
Haia (Holanda) e respondeu
às ações do TPI com a expulsão de grupos humanitários
internacionais de Darfur.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Divididos, trabalhistas de Israel negociam entrada no gabinete Próximo Texto: Ataque suicida: Atentado mata pelo menos 23 curdos no Iraque Índice
|