|
Próximo Texto | Índice
Obama faz defesa de reforma ao torná-la lei
Presidente sanciona projeto aprovado no Congresso e ressalta que mudanças "desesperadamente necessárias" terão efeito imediato
Discurso visa convencer o eleitorado, que em sua maioria rejeitava pacote para sistema de saúde, antes de pleito de novembro
Larry Downing/Reuters
|
|
Obama celebra a reforma com a viúva de Ted Kennedy (entre presidente e menino) e cidadãos beneficiados pela nova legislação
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
"Após quase um século de
tentativas, após um ano de debates, após a contagem de todos os votos, a reforma da saúde vira lei nos Estados Unidos."
Com um discurso emocionado -e inúmeras canetas-, o
presidente Barack Obama sancionou ontem a lei que estenderá a cobertura de planos de
saúde a 32 milhões de americanos e que foi aprovada no último domingo, sem nenhum
apoio da oposição.
Em clima de vitória, o democrata usou a cerimônia de sanção, na Casa Branca, para exaltar a importância histórica da
reforma e prometer que as mudanças "desesperadamente necessárias terão efeito imediatamente", embora a implementação "responsável" deva levar
até quatro anos.
"A nossa presença aqui é
marcante e improvável. Com
todas as críticas, o lobby, as jogadas que se passam por administrar em Washington, tem sido fácil às vezes duvidar de nossa habilidade para fazer algo
tão grande, tão complicado, e
questionar se há limites para o
que as pessoas ainda podem alcançar", afirmou o presidente.
Minutos após a assinatura,
republicanos entraram com
ações de inconstitucionalidade
em 14 Estados para anular a lei
-eles argumentam que o Congresso não têm poder para
obrigar os americanos a ter planos de saúde e que a lei viola o
direito de cada Estado ter seu
próprio sistema de saúde.
Despreocupados com os
questionamentos legais, os democratas se concentram em divulgar as vantagens da lei para
revertê-la em votos nas eleições legislativas de novembro.
Logo após a cerimônia de
sanção, o presidente trocou de
auditório para fazer um discurso mais longo, para uma plateia
de cerca de 600 médicos, pacientes, enfermeiras e funcionários públicos, para explicar
detalhes da mudança.
Antes disso, a assinatura foi
acompanhada por mais de 200
democratas, assessores e outros defensores do projeto.
Num dos momentos emotivos do ato, Obama dedicou a reforma aos "líderes que defenderam essa questão por gerações", a americanos que o procuraram para relatar seus problemas de saúde e à sua mãe.
"Hoje, assino essa reforma
em nome da minha mãe, que
discutiu com as companhias de
seguro mesmo enquanto batalhava contra o câncer, em seus
últimos dias de vida."
Ao final de sua fala, Obama se
sentou e, calmamente, assinou
a reforma com 20 canetas, para
depois poder presenteá-las
àqueles que o apoiaram.
Aclamado também por boa
parte da mídia americana, que
trata "sua principal iniciativa
doméstica" como "histórica",
Obama deve saber só nas eleições de novembro se a maior
parte da população, que antes
desaprovava a reforma, agora a
vê com bons olhos.
E ainda há outra etapa a superar: a votação, no Senado, de
um pacote de emendas à legislação. Os debates começaram
horas depois da sanção.
Próximo Texto: Foco: Cerimônia tem palavrão de vice e grito de congressista Índice
|