São Paulo, quinta-feira, 24 de março de 2011 |
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Amorim diz ser contra um relator especial sobre Irã Medida para apurar violações deve ter apoio do Brasil em sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU Ex-chanceler de Lula diz que não é possível ao mesmo tempo condenar e manter diálogo com o país do Oriente Médio CLAUDIA ANTUNES DO RIO Em tendência contrária à do governo Dilma, o ex-chanceler Celso Amorim "provavelmente" não votaria pela nomeação de um relator especial para o Irã na decisão que deve ocorrer hoje ou amanhã no CDH (Conselho de Direitos Humanos) da ONU, em Genebra. A medida é reservada a casos graves e porá o país do Oriente Médio na berlinda. Amorim disse à Folha que não é possível condenar e ao mesmo tempo manter diálogo, inclusive sobre direitos humanos. "As pessoas acham que sobre cada ação há apenas uma decisão moral. Mas a decisão é também política, não no sentido de agir em interesse próprio, mas de saber se o resultado será o desejado." Ele mencionou que o governo Lula obteve do Irã a libertação da francesa Clotilde Reiss e outras concessões. "Se há alguém que teve influência na não execução da Sakineh [Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento] foi o presidente Lula. O presidente da comunidade baha'i me agradeceu porque temia que eles [os sete líderes da religião presos no país] fossem condenados à morte e não foram", declarou. Amorim deu entrevista em seu apartamento na praia de Copacabana, onde já arrumou livros, esculturas africanas e dezenas de quadros de artistas brasileiros. Entre abril e maio, ficará um mês nos EUA, na Universidade Harvard, a convite de Nicholas Burns, ex-subsecretário de Estado de George W. Bush (2001-2009). Ele distinguiu a situação do Irã da da Líbia, cuja suspensão do CDH foi copatrocinada pelo Brasil. "Uma coisa é um país que tem problemas graves, mas que você pode tentar conversar. Outra é uma situação emergencial de morticínio de civis que precisa de uma ação imediata." Disse que concorda com a abstenção do Brasil na resolução do Conselho de Segurança que autorizou ação militar contra a Líbia. "Você sabe onde começa uma operação como essa, mas não onde acaba", afirmou. Mas disse que o ditador Muammar Gaddafi deve sair. "Qualquer negociação agora tem que envolver mudança de regime." Ele criticou o presidente Barack Obama pela falta de apoio explícito à candidatura brasileira ao Conselho de Segurança da ONU. Texto Anterior: Dilma ficou "decepcionada em parte" com a visita de Obama Próximo Texto: Reforma econômica fortalece governo Ahmadinejad Índice | Comunicar Erros |
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