São Paulo, domingo, 24 de abril de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Ex-comandante do Exército americano no Iraque e assessores são livrados de culpa no escândalo de Abu Ghraib

EUA inocentam chefe do Exército de tortura

DA REDAÇÃO

O ex-comandante do Exército americano no Iraque Ricardo Sanchez e três de seus assessores foram inocentados no inquérito que investigava os casos de tortura ocorridos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá, em 2003.
A investigação, conduzida pelo alto escalão do Exército, considerou insuficiente a maioria das provas contra Sanchez e sua equipe. Entre os cinco acusados, apenas a general Janis Karpinski, que era responsável pela prisão iraquiana, foi considerada culpada.
Sanchez esteve no comando das operações do Exército no Iraque de junho de 2003 a julho de 2004.
O inquérito concluiu que, ainda que tenha cometido falhas, na época, o comandante estava ocupado com a crescente violência no Iraque e estava sob pressão para encontrar o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein.
Karpinski não foi punida criminalmente, mas recebeu uma reprimenda e foi afastada de seu cargo. A general foi suspensa de suas funções no ano passado, mas não fora exonerada.
A conclusão das investigações causou revolta entre grupos de defesa de direitos civis. Anthony Romero, diretor da American Civil Liberties Union (ONG de defesa de direitos humanos), afirmou que o governo deveria instaurar um conselho independente para monitorar as ações do Pentágono.
"Isso [o fim do inquérito] só reforça a incapacidade militar de avaliar com rigor denúncias de tortura e abusos. Essa foi mais uma maneira de abafar o caso", disse ao "New York Times".
A prisão de Abu Ghraib ganhou notoriedade por ser palco dos maus-tratos impingidos a prisioneiros iraquianos por parte de soldados americanos revelados em imagens divulgadas em 2004.
O sargento Javal Davis já foi condenado a seis meses de prisão militar e suspenso do Exército por maltratar presos em Abu Ghraib. O soldado Charles Graner, acusado de liderar ações, pegou dez anos de prisão. Duas militares, Sabrina Harman e Lynndie England, ainda serão julgadas.

Explosões em Bagdá
As cercanias da prisão de Abu Ghraib foram atingidas pela explosão de um carro-bomba na madrugada de ontem. Insurgentes detonaram os explosivos perto de uma base do Exército iraquiano, matando ao menos nove soldados e ferindo outros 20, segundo as autoridades locais.
A explosão foi a terceira de uma seqüência ocorrida ontem em Bagdá. Outro carro-bomba explodiu em uma estrada que leva ao aeroporto deixando um iraquiano morto e sete feridos. Em uma estrada ao leste da cidade, dois policiais ficaram feridos após a explosão de uma bomba.
Em Mossul, um câmera da agência Associated Press foi morto enquanto registrava o resultado de uma explosão.
Em Bagdá, o Exército americano prendeu seis suspeitos de terem derrubado um helicóptero civil búlgaro na última semana, matando 11 pessoas.
A onda de violência ocorre às vésperas do anúncio do novo gabinete iraquiano, que vem sendo negociado pelo governo.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse estar feliz porque, pela primeira vez desde a guerra, as forças iraquianas passaram a ser mais numerosas que as americanas no Iraque. Há 155 mil homens nas forças iraquianas, e 140 mil militares americanos no país.


Com agências internacionais


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