|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Ex-comandante do Exército americano no Iraque e assessores são livrados de culpa no escândalo de Abu Ghraib
EUA inocentam chefe do Exército de tortura
DA REDAÇÃO
O ex-comandante do Exército
americano no Iraque Ricardo
Sanchez e três de seus assessores
foram inocentados no inquérito
que investigava os casos de tortura ocorridos na prisão de Abu
Ghraib, perto de Bagdá, em 2003.
A investigação, conduzida pelo
alto escalão do Exército, considerou insuficiente a maioria das
provas contra Sanchez e sua equipe. Entre os cinco acusados, apenas a general Janis Karpinski, que
era responsável pela prisão iraquiana, foi considerada culpada.
Sanchez esteve no comando das
operações do Exército no Iraque
de junho de 2003 a julho de 2004.
O inquérito concluiu que, ainda
que tenha cometido falhas, na
época, o comandante estava ocupado com a crescente violência no
Iraque e estava sob pressão para
encontrar o ex-ditador iraquiano
Saddam Hussein.
Karpinski não foi punida criminalmente, mas recebeu uma reprimenda e foi afastada de seu
cargo. A general foi suspensa de
suas funções no ano passado, mas
não fora exonerada.
A conclusão das investigações
causou revolta entre grupos de
defesa de direitos civis. Anthony
Romero, diretor da American Civil Liberties Union (ONG de defesa de direitos humanos), afirmou
que o governo deveria instaurar
um conselho independente para
monitorar as ações do Pentágono.
"Isso [o fim do inquérito] só reforça a incapacidade militar de
avaliar com rigor denúncias de
tortura e abusos. Essa foi mais
uma maneira de abafar o caso",
disse ao "New York Times".
A prisão de Abu Ghraib ganhou
notoriedade por ser palco dos
maus-tratos impingidos a prisioneiros iraquianos por parte de
soldados americanos revelados
em imagens divulgadas em 2004.
O sargento Javal Davis já foi
condenado a seis meses de prisão
militar e suspenso do Exército por
maltratar presos em Abu Ghraib.
O soldado Charles Graner, acusado de liderar ações, pegou dez
anos de prisão. Duas militares, Sabrina Harman e Lynndie England, ainda serão julgadas.
Explosões em Bagdá
As cercanias da prisão de Abu
Ghraib foram atingidas pela explosão de um carro-bomba na
madrugada de ontem. Insurgentes detonaram os explosivos perto
de uma base do Exército iraquiano, matando ao menos nove soldados e ferindo outros 20, segundo as autoridades locais.
A explosão foi a terceira de uma
seqüência ocorrida ontem em
Bagdá. Outro carro-bomba explodiu em uma estrada que leva
ao aeroporto deixando um iraquiano morto e sete feridos. Em
uma estrada ao leste da cidade,
dois policiais ficaram feridos após
a explosão de uma bomba.
Em Mossul, um câmera da
agência Associated Press foi morto enquanto registrava o resultado de uma explosão.
Em Bagdá, o Exército americano prendeu seis suspeitos de terem derrubado um helicóptero
civil búlgaro na última semana,
matando 11 pessoas.
A onda de violência ocorre às
vésperas do anúncio do novo gabinete iraquiano, que vem sendo
negociado pelo governo.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse estar feliz porque,
pela primeira vez desde a guerra,
as forças iraquianas passaram a
ser mais numerosas que as americanas no Iraque. Há 155 mil homens nas forças iraquianas, e 140
mil militares americanos no país.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Artigo: Teologia de Ratzinger é crítica à modernidade Próximo Texto: Panorâmica - Itália: Berlusconi anuncia formação de novo gabinete Índice
|