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análise
Democratas temem racha no eleitorado
ANDREA MURTA
DA REDAÇÃO
"Era exatamente isso o que
eu temia", afirmou o governador do Tennessee, o democrata Phil Bredesen, ao
saber da vitória de Hillary
Clinton na primária da Pensilvânia. "Vão continuar ferindo um ao outro. É preciso
encerrar isso."
Ele se referia à disputa cada vez mais feroz entre a senadora e seu rival, Barack
Obama, pela candidatura à
Casa Branca. A declaração,
feita ao jornal "New York Times", destaca um temor
crescente na cúpula democrata: o de que a indefinição
prejudique as chances do
partido na eleição para valer,
em novembro, contra o republicano John McCain.
O grande perigo, segundo
o especialista em política
americana Robert Erikson,
da Universidade Columbia, é
os eleitores se tornarem tão
comprometidos com um
candidato que se recusem a
votar no outro se seu favorito
perder: "Hillary e Obama
realmente estão minando as
chances do partido".
A pesquisa de boca-de-urna da agência Associated
Press feita durante a primária da Pensilvânia delineia o
tamanho do risco. No levantamento, 16% dos partidários de Obama afirmam que
votarão em McCain caso Hillary seja a candidata.
Outros 26% de simpatizantes da ex-primeira-dama
não votariam em Obama na
eleição em novembro.
"Esse é um número preocupante", avalia Alexander
Keyssar, do departamento
de governo da Universidade
Harvard. "Obama, que provavelmente será o candidato,
não pode se dar ao luxo de
perder esses eleitores."
Mas há quem veja vantagens na competição. Para o
professor da Universidade
de Baltimore Lenneal Henderson, "o problema é quando os ataques são pessoais".
"Se focar nas questões políticas, a disputa pode ser muito
positiva, pois atrairá mais
eleitores." Henderson falou
em videoconferência de
Washington a jornalistas
brasileiros ontem.
Corrobora essa opinião o
cientista político Mark Paterson, da Universidade da
Califórnia em Los Angeles.
"Até agora, a disputa resultou em uma mobilização extraordinária." Mas ele alerta:
"Se eles deixarem o oponente em pedaços enquanto levam a disputa até a convenção democrata, em agosto, a
situação se complica".
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