Apresentando-se como um "republicano diferente", senador faz tour por regiões pobres

Meta é conquistar votos de pessoas insatisfeitas com os dois partidos; viagem iniciada na última segunda inclui Nova Orleans e Ohio

DO "MONDE"

Enquanto os democratas Barack Obama e Hillary Clinton se digladiam, o virtual candidato republicano à Presidência dos EUA, John McCain, caça eleitores decepcionados em ambos os campos políticos.
Depois de ter feito um tour "biográfico", passando pelos lugares que marcaram as diversas etapas de sua vida, McCain começou na última segunda uma série de visitas ao que chama de "América esquecida" -provavelmente uma forma de aparecer quando as atenções se voltam para a disputa democrata.
Quando fala em "lugares esquecidos", McCain se refere às cidades atingidas pela crise do setor siderúrgico ou ao bairro de Nova Orleans mais fortemente castigado pelo furacão Katrina em 2005. São lugares esquecidos pela prosperidade, mas também, ao que tudo indica pelos republicanos.
McCain iniciou seu tour em Selma (Alabama), cidade-símbolo da luta pela igualdade racial, onde ninguém se lembrava de ter visto passar um candidato ou presidente conservador.
"Tenho plena consciência de que não tenho muitos partidários por aqui", disse o senador a uma platéia de 70 pessoas, na qual os jornalistas não conseguiram contar mais de meia dúzia de negros.
Mas o objetivo da viagem, segundo a direção de sua campanha, é mostrar que McCain "não é um republicano convencional". Na terça, ele chegou a Youngstown, cidade de Ohio percorrida por seus adversários democratas no início de março.
Depois de ter responsabilizado os pequenos proprietários que não pagaram suas dívidas pela crise imobiliária, McCain vem se esforçando para se redimir. O senador propôs uma suspensão do imposto sobre combustíveis durante o verão.
E, contrariando declarações anteriores, admitiu que a situação dos americanos não melhorou sob George W. Bush. McCain foca Estados que foram conquistados por Hillary Clinton, como Ohio, que tradicionalmente balança entre democratas e republicanos, e a Pensilvânia, perdida para os democratas desde 1988 e que os republicanos sonham em conquistar de volta.
"Hillary travou contra Obama uma campanha de republicano", explicou o consultor conservador Alex Castellanos.
"McCain talvez esteja dizendo a si mesmo: "Se uma campanha [nos moldes republicanos] empreendida por um candidato democrata pode vencer, imagine o que não poderia fazer uma verdadeira campanha republicana"."