São Paulo, domingo, 24 de abril de 2011

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Pesquisador aponta falta de política de Estado

DE BUENOS AIRES

Segundo Dan Adaszko, pesquisador do Observatório da Dívida Social, instituto vinculado à Universidade Católica Argentina, "nos anos 1990 aumentou a pobreza estrutural do país, mas nada comparado ao que ocorreu no período posterior ao ano de 2001" .
A Argentina chegou a ter 55% da população abaixo da linha da pobreza, após o colapso econômico de 2001. A recuperação nos anos seguintes foi acompanhada pelo aumento do número de estrangeiros no país, vindos principalmente de países limítrofes.
"A Argentina nunca teve um programa habitacional do Estado. A área sempre esteve sob responsabilidade da iniciativa privada, que naturalmente excluiu os mais pobres", afirma Adaszko.
Com um deficit habitacional de 3 milhões de moradias, segundo o observatório, o problema saiu do controle em dezembro de 2010.
Naquele mês, cerca de 6.000 sem-teto e moradores de favelas, a maioria imigrantes, ocuparam o parque Indoamericano, o segundo maior de Buenos Aires e quase todo cercado por favelas. Eles reivindicavam moradia digna. A ocupação virou um confronto entre civis e policiais, deixando quatro mortos e dezenas de feridos.
Após o incidente, os governos federal, de Cristina Kirchner, e da cidade de Buenos Aires, de Mauricio Macri, opositor de Cristina, acordaram um plano nacional de moradia, que ainda não saiu do papel. Procurados, os gabinetes de Cristina e Macri não se manifestaram.
"O país só tem políticas transitórias, falta um programa sério de inclusão social. A população da Argentina é estável, mas a população das favelas cresce cada vez mais", diz Luciana Bercovich, coordenadora do programa de direitos e constituição comunitária da Acij (Associação Civil por Igualdade e Justiça), que atua na periferia de Buenos Aires. (LF)


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