São Paulo, domingo, 24 de abril de 2011

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Republicanos se movimentam, mas sofrem com apatia nos EUA

Maior parte dos pré-candidatos a enfrentar Obama em 2012 é desconhecida pelo eleitorado

Quase 60% dos que se dizem simpatizantes dos republicanos têm pouco entusiasmo pelos nomes surgidos até aqui

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

A menos de um ano das primárias, fervem expectativas para a eleição presidencial de 2012 dentro do Partido Republicano.
Porém, a oposição sofre com a grave falta de entusiasmo dos americanos pelos seus pré-candidatos, deixando o presidente Barack Obama (democrata), que já oficializou a candidatura à reeleição, sem rival forte.
A maior parte dos possíveis interessados em competir com Obama ainda é largamente desconhecida do eleitorado. Segundo pesquisa "The New York Times"/CBS da última semana, apenas os que aparecem regularmente na TV ou já concorreram em primárias no passado são conhecidos o suficiente para merecer opiniões.
Desse grupo, os ex-governadores Sarah Palin (Alasca) e Mike Huckabee (Arkansas) são os únicos vistos positivamente por mais de 50% dos eleitores do partido.
No geral, quase 60% dos republicanos dizem não se sentir entusiasmados por candidato nenhum.
E, em reflexo de uma época em que o grupo ultraconservador Tea Party segue fazendo barulho, a maior parte dos cotados faz parte da ala mais à direita do partido, se não radical.
Quando a pesquisa inclui independentes e democratas, nenhum dos presidenciáveis republicanos ultrapassa 32% de visão positiva (o líder é Huckabee).
"Os republicanos não têm hoje um candidato que possa ao mesmo tempo energizar a base socialmente conservadora e conquistar votos independentes. Essa é sua maior fraqueza", disse à Folha Alexander Keyssar, professor de governo da Universidade Harvard.
Isso tem gerado fenômenos inesperados, como a subida do magnata Donald Trump nas pesquisas.
"Sejamos claros: qualquer campo em que Trump chega ao topo das pesquisas está fraco. O partido não tem favorito e todos os candidatos potenciais têm problemas", afirmou o analista Sean Trende, do site Real Clear Politics.
Ainda assim, o partido repete que fará de Obama presidente de um mandato só.
Ele terá de fazer campanha enquanto o país alcança deficit fiscal recorde, desemprego acima de 8% e medidas ainda controversas, como a reforma da saúde.
E a visão negativa dos eleitores (49,1%) sobre o presidente está acima da positiva (45,8%), segundo média do Real Clear Politics.
Mas ninguém duvida de que o páreo será duro. Talvez por isso, os presidenciáveis republicanos venham adiando os anúncios oficiais de candidaturas, enquanto mantêm movimentação frenética em aparições públicas e falas com doadores para sentir o terreno.


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