São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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VENEZUELA

Bogotá avalia solicitação

Após fugir, Carmona pede asilo à Colômbia

DA REDAÇÃO

O empresário venezuelano Pedro Carmona, 62, que exerceu a Presidência da Venezuela por menos de 48 horas após um golpe em 11 de abril, fugiu ontem de sua prisão domiciliar, entrou na Embaixada da Colômbia em Caracas e pediu asilo político ao país, disse ontem o governo da Venezuela.
"O chanceler colombiano, Guillermo Fernández de Soto, informou-me oficialmente que o senhor Pedro Carmona pediu asilo político e se encontra na Embaixada da Colômbia em Caracas", disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Luis Alfonso Dávila, em entrevista ao canal de TV Globovisión. "Não tenho informações sobre os detalhes, e, naturalmente, o governo da Colômbia terá de avaliar o pedido."
Em um comunicado à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia afirmou ontem à noite: "A Chancelaria colombiana está estudando o pedido [de asilo" à luz das normas internacionais sobre a matéria".
"Uma vez adotada uma decisão sobre o caso, o governo a levará ao conhecimento da Venezuela", dizia a nota, lida aos jornalistas pelo chanceler colombiano.
Carmona desapareceu na manhã de ontem. Segundo seu advogado de defesa, ele sumiu enquanto "caminhava pelo jardim de seu prédio".
Logo depois de ser informada de seu desaparecimento, a polícia iniciou uma operação para fechar todos os aeroportos internacionais do país.
Um tribunal de apelações de Caracas decidira anteontem revogar o benefício da prisão domiciliar que um tribunal outorgara a Carmona em 16 de abril e ordenara sua transferência a um centro de detenção que, até ontem à noite, ainda não havia sido definido pelo juiz responsável pelo caso.
A Promotoria havia apelado ao tribunal contra a ordem de prisão domiciliar, dizendo que a lei só prevê esse benefício aos condenados de mais de 70 anos de idade.
Carmona, que chefiava a principal associação empresarial da Venezuela, a Fedecámaras, quando foi nomeado presidente pelo governo interino que assumiu o poder após o golpe em abril, foi preso quando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reassumiu o poder. Ele foi acusado de "usurpação de funções" e "rebelião".
Durante seu breve mandato, Carmona emitiu um decreto em que dissolveu todos os Poderes. No dia do golpe, a Fedecámaras realizava uma greve geral por tempo indefinido no país.
O empresário sempre disse que seu governo não se instalou após um golpe de Estado, mas tentou preencher um vazio de poder quando foi informado de que Chávez havia aceitado renunciar e seu vice estava desaparecido.


Com agências internacionais


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