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Documentário e miss reacendem debate no país sobre causa gay
"Outrage" mostra políticos que supostamente são homossexuais, mas votam contra direitos do grupo, como governador da Flórida
Já a miss Califórnia causou polêmica ao declarar que "casamento é algo entre homem e mulher" em disputa de beleza nacional
DE NOVA YORK
A renovada discussão sobre o
casamento gay e as leis migratórias para casais do mesmo sexo nos EUA foi esquentada recentemente por dois episódios:
o lançamento do documentário
"Outrage" (ultraje), que expôs
políticos gays, e a defesa das
uniões heterossexuais pela
Miss Califórnia 2009.
"Outrage", divulgado em Nova York no Festival de Cinema
Tribeca há menos de um mês, é
descrito pelo diretor Kirby
Dick como um filme sobre a
"hipocrisia". O filme mostra
políticos -supostamente
gays- que votam continuamente contra leis que ampliariam direitos de homossexuais
no país.
Em alguns casos, orientações
sexuais até então secretas -segundo o filme- foram reveladas contra a vontade dos retratados. Entre eles estão o governador da Flórida, o republicano
Charlie Crist, que é casado com
uma mulher e nega as afirmações de Dick, e o ex-prefeito de
Nova York Ed Koch (1978 a
1989), que diz apenas "não comentar a vida particular".
Vários políticos que são abertamente gays também aparecem em "Outrage", como James McGreeey, ex-governador
de Nova Jersey, e o senador
Barney Frank, do Massachusetts, um dos Estados que legalizaram a união homossexual.
Os responsáveis pelo documentário sofreram ataques na
imprensa por "desrespeitar a
privacidade" dos envolvidos.
Koch também reclamou do filme, mas não por mostrá-lo como gay. Ele ficou furioso por
ter sido retratado como alguém
que deu as costas a legislações
pró-gays no poder.
Já a miss Califórnia, a loira
Carrie Prejean, causou furor
por ter dito ao vivo, durante o
concurso de miss EUA em
abril, que "o casamento é algo
entre um homem e uma mulher". "Não quero ofender ninguém, mas é assim que eu fui
criada", disse em resposta a
pergunta de um jurado.
Ela foi duramente criticada
como "divisiva" e inadequada
como representante de seu Estado. Até então favorita, perdeu
a coroa de miss EUA para a candidata da Carolina do Norte,
Kristen Dalton . Os jurados negam que o motivo seja sua resposta, mas não esconderam a
reprovação.
Ela também correu o risco de
ter a faixa de miss Califórnia tomada depois que se uniu a uma
ONG contra o casamento gay, a
Organização Nacional pelo Casamento. Organizadores afirmaram que Prejean estava negligenciando suas obrigações
como miss Califórnia em prol
da ONG.
As repercussões foram fortes. Os jurados do miss EUA começaram a receber ameaças de
morte, enquanto Prejean
emergiu como garota propaganda da direita religiosa.
A especulação agora é que ela
atuará na política. Como perguntou o blogueiro conservador Matt Lewis no site Townhall.com: "Quanto tempo você acha que levará até que a
miss Califórnia esteja fazendo
campanha ao lado de algum republicano proeminente?"
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