São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

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União Européia adotará novas sanções contra o Irã

Punição pode ser revertida a programa de incentivos se país deixar de enriquecer urânio

Teerã responde que alta do petróleo a faz menos frágil; medidas incluem congelar depósitos e negar vistos a quem lide com ação nuclear

DA REDAÇÃO

A União Européia aprovou ontem um novo pacote de sanções contra o Irã, em resposta à não-interrupção de seu programa de enriquecimento de urânio. Entre as medidas está o congelamento dos depósitos do banco Melli e a proibição de vistos para altos funcionários envolvidos no parque nuclear e na produção de mísseis.
Será publicada hoje a lista com os nomes desses funcionários, que não poderão entrar nos 27 países do bloco.
Ao anunciar as sanções, os ministros europeus reunidos em Luxemburgo assinalaram que "as portas permanecem abertas" para Teerã negociar a suspensão do enriquecimento de urânio, em troca de prometidos incentivos -tecnologia agrícola, aviões civis e equipamentos nucleares "limpos".
Esses incentivos foram apresentados há dias, em Teerã, pela Alemanha e pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China), por meio de Javier Solana, responsável pela diplomacia da União Européia.
Um alto funcionário europeu disse à Reuters que o bloco prossegue na política do "morde e assopra", praticada desde as primeiras suspeitas de que o Irã queria chegar à bomba.
O banco Melli, com filiais em Paris, Londres e Hamburgo, funciona como fiador em operações de importação iranianas. Ao congelar seus ativos, as importações daquele país tendem a ficar mais caras, diz o analista Said Laylaz.
O semanário iraniano "Shahrvand-e Emrooz" informou que o Irã havia retirado US$ 75 bilhões de suas reservas em bancos europeus, deslocando-as para bancos asiáticos. O Ministério das Finanças negou em Teerã tal movimentação.
As novas sanções foram objeto de reações de desdém por parte do governo iraniano. O Ministério do Petróleo afirma que, com a alta do barril, o país está hoje exportando US$ 6 bilhões de óleo cru por mês, o que o torna menos vulnerável.
Com essas sanções e as anteriores (três do Conselho de Segurança e outras dos EUA), a parte dos fornecedores europeus nas importações iranianas caiu pela metade nos últimos cinco anos, para até 30%.


Com agências internacionais


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