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Atentados matam mais de 60 no Iraque
Ataques em Bagdá e Kirkuk ocorrem às vésperas de visita do premiê xiita Nuri al Maliki à Casa Branca
DA REDAÇÃO
Atentados mataram ontem
mais de 60 iraquianos e deixaram mais de 200 feridos, enquanto o premiê iraquiano, Nuri al Maliki, se preparava para
uma visita à Casa Branca, na
qual discutiria meios de impedir que o Iraque despenque numa guerra civil de larga escala.
Dois atentados em Sadr City,
bairro xiita que é um dos mais
pobres de Bagdá, mataram 42
civis. Os ataques aconteceram
um dia depois da sessão de
abertura dos trabalhos de uma
nova comissão criada para para
desenvolver estratégias de reconciliação entre as duas principais facções religiosas -muçulmanos xiitas e muçulmanos
sunitas- do país.
Na cidade de Kirkuk (norte),
um carro-bomba explodiu, matando pelo menos 20 civis. Curdos e árabes disputam o controle da cidade, um dos maiores
pólos petroleiros do país.
No leste de Bagdá, veículos
retorcidos revelam a força da
maior das duas explosões na capital, que matou 34 pessoas.
Em meio a poças de sangue,
testemunhas afirmavam ter
visto um terrorista suicida dirigindo uma minivan. Mas o Ministério da Defesa disse que o
carro-bomba estava vazio.
No segundo ataque em Bagdá, uma bomba foi plantada
perto de um edifício público,
matando oito pessoas.
Guerra civil
"Se isso não é guerra civil...
então eu não sei o que é", afirmou um funcionário do governo, rebatendo queixas de que a
mídia exagera as dimensões do
problema da violência sectária.
A ONU calcula que cem pessoas
estejam morrendo por dia no
Iraque, e dezenas de milhares
estão refugiadas.
O principal partido sunita
não participou do primeiro encontro da Comissão de Reconciliação, que o premiê Maliki
descreveu como "última chance" para a paz. Sunitas, que
constituem o principal foco de
resistência à ocupação norte-americana e ao governo de
maioria xiita, acusam milícias
xiitas de organizar esquadrões
da morte para assassiná-los.
Funcionários do governo dos
EUA já admitem que a violência sectária é uma ameaça à paz
ainda maior do que a insurgência -se é que as duas coisas podem ser separadas.
No sábado, tropas dos EUA e
do governo iraquiano travaram
uma batalha de três horas contra supostos milicianos xiitas
perto de uma mesquita em
Mussayab, no sul de Bagdá, matando 15 militantes. As tropas
também se envolveram em tiroteios durante a madrugada
em Sadr City, prendendo oito
milicianos acusados de pertencer a esquadrões da morte.
Maliki, que está em Londres
desde ontem, segue para os
EUA amanhã, quando deverá
encontrar-se com o presidente
George W. Bush. O líder norte-americano está sendo pressionado a mostrar progressos no
Iraque, abrindo caminho para
redução de tropas no país -o
que tenderia a ajudar o Partido
Republicano nas eleições de
novembro, nas quais se disputa
o controle do Congresso.
Com agências internacionais
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