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SUCESSÃO HEREDITÁRIA
O príncipe Sidi Mohammed, filho do monarca, deve sucedê-lo
Hassan 2º, rei do Marrocos, morre de ataque cardíaco
das agências internacionais
O rei Hassan 2º, do Marrocos,
70, morreu ontem, em Rabat,
devido a um ataque cardíaco. O
monarca, que por 38 anos permaneceu no trono do país, deve
ser sucedido por seu filho, príncipe Sidi Mohammed, 36.
Hassan será enterrado amanhã. Ele havia sido internado na
manhã de ontem, com pneumonia. No meio da tarde, antes
de seu filho fazer o anúncio oficial sobre a morte, as redes de
TV estatais marroquinas interromperam suas programações e
começaram a transmitir apenas
versos do Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos).
Ao longo de sua trajetória no
poder, Hassan ganhou o apelido
de "o grande sobrevivente": escapou de tentativas de assassinato, de golpe militar e de articulações para derrubá-lo organizadas por grupos de esquerda
e ativistas islâmicos.
"Quando subi ao trono, as
pessoas diziam que eu não duraria mais do que seis meses",
disse o monarca certa vez ao rei
Juan Carlos da Espanha, seu
amigo pessoal.
Ele era o rei que havia mais
tempo estava no poder entre os
monarcas do mundo árabe. Teve papel discreto, mas importante, no processo de paz entre
árabes e israelenses.
Foi um dos mediadores que
ajudaram Israel e Egito a reatar
relações diplomáticas, em 1978.
Ele próprio normalizou os laços
entre Marrocos e Israel em 1994.
Seus métodos de repressão
aos grupos oposicionistas lhe
renderam críticas e acusações
de violações aos direitos humanos, feitas pelos EUA e pela Europa.
No início da década, Hassan
melhorou sua imagem no cenário internacional ao libertar 800
prisioneiros políticos e comutar
para prisão perpétua as sentenças de morte de 195 pessoas.
Em sua autobiografia "A Memória de um Rei", Hassan escreveu que 60% de suas decisões
haviam sido equivocadas. "Tive
a coragem de ver meus erros e
corrigi-los", afirmou, sem revelar quais eram esses erros.
Hassan preparou seu filho Sidi
Mohammed para sucedê-lo no
trono do país de 29 milhões de
habitantes.
O príncipe herdeiro é formado em direito internacional por
uma universidade francesa.
Participa ativamente desde 95
de projetos sociais do governo.
Ocupa também o posto de
coordenador das Forças Armadas -segundo homem na hierarquia militar, abaixo apenas
de seu pai, que era o comandante supremo.
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