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IRAQUE SOB TUTELA
Insurgentes negociam entrega de templo ocupado a líder moderado; combate segue
EUA voltam a bombardear cidade sagrada
DA REDAÇÃO
As forças americanas voltaram
a bombardear alvos da insurgência na cidade xiita de Najaf, no sul
do Iraque, que desde o início do
mês se tornou o principal foco de
tensão do país. Segundo relatos de
agências de notícias, durante a
noite foram ouvidas ao menos oito explosões, enquanto aviões
AC-130 sobrevoavam a região.
Com o fracasso de uma negociação na semana passada, Najaf
tornou-se centro do impasse entre, de um lado, o governo interino e as forças americanas e, do
outro, o clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e seu grupo armado.
A milícia de Al Sadr, o Exércio
Mehdi, ocupa há quase três semanas o templo do imã Ali, o principal do xiismo. Número ignorado
de rebeldes também domina as
ruas nas imediações do santuário,
no centro antigo da cidade, que
concentra alguns dos maiores
pontos de peregrinação xiitas.
O representante da ONU no Iraque, Ashraf Qazi, se encontrou
com o premiê interino, Iyad Allawi, para debater a situação em
Najaf. O governo exige o desmantelamento da milícia e sua retirada da cidade em troca de anistia
para participar da vida política.
Segundo assessores de Al Sadr,
estão em curso negociações para
entregar o controle do templo ao
principal líder xiita do Iraque, o
grão-aiatolá moderado Ali al Sistani, que convalesce em Londres.
Tanques e veículos blindados
americanos cercam a região. O
comando dos EUA evita confrontos na área dos templos, temendo
provocar um levante nacional da
maioria xiita. Já nas cercanias da
cidade, os embates são diários. A
violência ecoa em outras sete cidades no sul do país e no bairro
xiita de Sadr City, em Bagdá, onde
mais quatro pessoas morreram
nas últimas horas.
O paradeiro de Al Sadr é desconhecido. Policiais iraquianos
acreditam que tenha fugido para
Sulaimaniya, no Curdistão iraquiano, norte do país. Assessores
do clérigo negam a versão.
Os EUA também voltaram a
bombardear Fallujah, na Província de Anbar (oeste do país). O comando americano acredita que
na cidade esteja o terrorista jordaniano Abu Musab Zarqawi, acusado de uma série de atentados no
Iraque pós-guerra. O presidente
George W. Bush declarou, no Texas, que suas tropas estão "fazendo progressos em campo".
Julgamento
Quatro dos sete militares dos
EUA acusados de torturar iraquianos na prisão de Abu Ghraib,
nas cercanias de Bagdá, se apresentaram ontem à corte marcial
na base militar americana em Manheim, na Alemanha, em pré-audiência que segue hoje.
O juiz encarregado do caso, coronel James Pohl, reclamou da
lentidão dos procedimentos -
quase seis meses desde que estourou o escândalo, só um acusado,
Jeremy Sivits, foi julgado.
Apontado pelos colegas como o
idealizador das cenas de tortura
que se tornaram o maior escândalo militar recente nos EUA, o recruta especialista Charles Graner
foi o primeiro a se apresentar.
Com agências internacionais
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