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Dote vira pagamento à família do noivo e alimenta crimes
DA ENVIADA ESPECIAL A MUMBAI
Proibido por lei desde 1961, o
pagamento de dote continua a
ser praticado na Índia, e o país
conta com uma categoria especial de crime: o assassinato de
mulheres por maridos ou sogras insatisfeitos com o que receberam pelo matrimônio.
As estatísticas oficiais indicam que uma mulher é assassinada a cada 77 minutos na Índia por causa do dote. No ano
passado, foram 6.787 homicídios, queda de 3,4% em relação
a 2004, que havia registrado o
maior índice desta década.
Os crimes são praticados pelos maridos, por suas mães ou
por ambos. O método mais freqüente é atear fogo à mulher
molhada por querosene -para
dar ao crime o caráter de acidente doméstico ou suicídio.
Radhika Chopra, professora
de sociologia da Universidade
de Déli, afirma que o dote está
longe de desaparecer da sociedade indiana. Segundo ela, a
instituição deixou de ser um
presente de casamento dos pais
à filha e tornou-se em um pagamento ao noivo e à sua família.
Com mais mulheres no mercado de trabalho, muitas vezes
bem remuneradas, surgiu uma
nova modalidade, diz Radhika:
as próprias noivas começaram
a poupar dinheiro para dar à família do futuro marido.
A justificativa mais comum
nesses casos é tirar a obrigação
dos ombros dos pais. Mas, para
Radhika, há uma motivação
maior. "As que poupam para o
dote aumentam seus atrativos
para o casamento."
(CT)
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