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Protesto de monges é o maior em 20 anos
Em Mianmar, cerca de 20 mil pessoas, entre monges, freiras e civis, protestaram contra a junta militar
France Presse
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Monges e freiras rezam em protesto contra a junta militar de Mianmar; após seis dias, movimento chegou a seu auge ontem |
DA REDAÇÃO
Os protestos contra a junta
militar de Mianmar cresceram
ontem quando milhares de pessoas e um grupo de cerca de
cem freiras se uniram a cerca
de 5.000 monges em uma marcha pela capital, Yangun.
Foi o sétimo dia de manifestações contra o regime militar
no que se tornou o maior protesto contra o governo no país
em 20 anos, desde que a junta
militar reprimiu com violência
atos pró-democracia em 1988,
matando 3.000 civis. O protesto dos monges começou no mês
passado, quando o governo decidiu aumentar o preço dos
combustíveis em cerca de
500%.
Cerca de 20 mil pessoas tomaram ontem as ruas de Yangun, enquanto outras 10 mil
protestaram na cidade de Mandalay (norte) no sábado.
Ontem, a polícia impediu os
monges de se aproximarem da
casa onde a líder pró-democracia e prêmio Nobel Aung San
Suu Kyi é mantida presa.
Suu Kyi é a líder da Liga Nacional pela Democracia, que ganhou as eleições gerais, em
1990, mas foi impedida pelos
militares de tomar o poder.
Ligando o seu protesto pela
primeira vez ao movimento
pró-democracia, no sábado, a
polícia permitiu que os monges
chegassem próximo à casa da
líder, que acenou para os manifestantes em sua primeira aparição pública em mais de quatro anos.
"É significativo o fato de os
militares terem permitido que
eles passassem", disse o especialista em Mianmar da Universidade de Georgetown em
Washington, David Steinberg.
"Essas e outras imagens indicam que os militares não estão
preparados, a não ser que as
coisas piorem, para confrontar
diretamente os monges em
seus uniformes."
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse
que os EUA estão "assistindo
com cuidado" aos protestos e
denunciou o "regime brutal" de
Mianmar. "O povo de Mianmar
merece o direito de viver em liberdade, como todo mundo",
afirmou Rice.
Os protestos têm sido pacíficos, com os monges convocando milhares de pessoas a aderir
à manifestação. As principais
reivindicações são a reconciliação do governo com a oposição,
a soltura de prisioneiros políticos e a redução de preços.
Em Mianmar, há entre 400
mil e 500 mil monges e noviços,
o que faz do grupo a única instituição de tamanho comparável
aos militares. Alguns monges
têm se recusado a atender militares e suas famílias.
Com agências internacionais
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