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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

EUA obtêm pouco êxito no primeiro dia da conferência de doadores em Madri

Annan pede doação para reconstruir Iraque

DA REDAÇÃO

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, exortou os participantes da Conferência Internacional de Doadores para a Reconstrução do Iraque a deixarem as diferenças de lado e serem "generosos".
"O desafio de longo prazo da reconstrução tem de ser enfrentado por todos nós", disse ele em discurso que abriu a conferência em Madri, patrocinada pelos EUA, da qual participam 77 países, inclusive o Brasil.
Cálculos do Banco Mundial prevêem que US$ 35,58 bilhões serão necessários para a reconstrução até 2007. Segundo Annan, US$ 9,3 bilhões seriam usados já em 2004. Os EUA, hoje administrando o país, devem gastar mais US$ 18,6 bilhões em áreas não cobertas pela entidade.
Annan colocou a segurança e a busca da soberania iraquiana como questões prioritárias. "O êxito não depende só da disponibilidade de recursos", disse ele.
Com as doações da Itália, do Canadá e da Coréia do Sul, anunciadas ontem, os EUA já arrecadaram cerca de US$ 3,5 bilhões. Além disso, o Banco Mundial disponibilizou entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões em empréstimos.
Mas os países que se opuseram à guerra, como a França, a Alemanha e a Rússia, negam contribuições mais volumosas. Tampouco se sabe qual será a soma doada por países árabes para os quais os EUA têm apelado.
Chris Patten, comissário de assuntos externos da União Européia, afirmou que o mundo não deve esperar que países que foram "particularmente hostis à intervenção militar se entusiasmem muito em gastar uma grande quantia de dinheiro no Iraque".
O Secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, seguiu a mesma linha. "Pode demorar para atingirmos nosso objetivo", disse.
Uma possível fonte de financiamento para o Iraque é o petróleo, cuja produção ainda está abaixo dos cerca de 2 milhões de barris diários de antes da guerra.
Entretanto, em Washington, o secretário de Comércio, Don Evans, disse que dentro de três ou quatro anos a produção pode chegar a 6 milhões de barris diários.

Pesquisa
Um levantamento divulgado ontem pelo Centro Iraquiano para Pesquisas e Investigações Estratégicas (Cries, pela sigla em inglês), mostrou que 50,1% dos iraquianos apóiam a permanência das tropas no país, enquanto 33,1% se dizem contrários.
A pesquisa foi feita entre 28 de setembro e 3 de outubro com 1.620 pessoas em sete cidades iraquianas. A margem de erro é de três a quatro pontos percentuais.
Os EUA, além de levantar dinheiro, também buscam apoio militar para dispensar parte de seu contingente no país, alvo de um média diária de 35 ataques.
Ontem, em Baquba, ao norte de Bagdá, mais um soldado foi morto em um ataque a bomba, elevando para 105 as baixas dos EUA em ataques no pós-guerra. Além disso, dois policiais iraquianos morreram na explosão de um oleoduto na mesma região.


Com agências internacionais

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