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Bush anuncia fundo contra regime cubano
Em pronunciamento hoje, presidente dos EUA também conclamará militares da ilha a "escolher de que lado estão"
"Fundo da Liberdade" acena com ajuda a cubanos depois da queda de Fidel Castro; Casa Branca diz que buscará doações de outros países
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O presidente George W.
Bush anunciará hoje a criação
do que batizou de "Fundo da
Liberdade por Cuba" (Freedom
Fund for Cuba). O objetivo, segundo adiantou ontem à noite
um alto funcionário da Casa
Branca, é levantar fundos para
"apoiar os cubanos" e ajudar
"na reconstrução de seu país
quando houver um governo
que respeite as liberdades fundamentais".
Para tanto, a secretária de
Estado, Condoleezza Rice, e o
secretário de Comércio, o norte-americano de origem cubana Carlos Gutierrez, tentarão
"convencer governos de outros
países e organizações internacionais a contribuir para a iniciativa". Na prática, o governo
norte-americano acena com
um incentivo financeiro se e
quando o povo cubano decidir
mudar o regime atual, no poder
há quatro décadas.
"A comunidade internacional precisa estar preparada para o momento de mudança, e
nós estamos nos concentrando
no momento de mudança no
qual haverá um governo de
transição que dará passos concretos para mostrar que respeita as liberdades individuais
fundamentais", disse o funcionário, que falou com a condição
de que não fosse identificado.
Antecipando-se ao anúncio,
o ditador cubano, Fidel Castro,
81, publicou artigo ontem em
que afirma que o presidente
norte-americano planeja uma
"nova conquista pela força" de
Cuba, que agora batizou de "período de transição". Intitulado
"Bush, Fome e Morte", o texto
seria comentado pela porta-voz
da Casa Branca, Dana Perino:
"Ditadores falam muitas coisas,
e a maioria descartável, incluindo essa".
Além do dinheiro, Bush
anunciará duas outras medidas. Uma libera organizações
não-governamentais e grupos
religiosos para prover estudantes cubanos com computadores e livre acesso à internet
-pela lei atual, entidades norte-americanas são proibidas de
fazer negócios com cubanos.
A outra abrirá a estudantes
cubanos a participação num
programa de bolsas já existente, o Parcerias para a Juventude Latino-Americana, lançado
em março. Em determinado
momento, Bush se dirigirá aos
governantes cubanos, "especialmente membros do aparato
militar e de segurança", e dirá
que eles estão diante de uma
escolha: "de que lado eles estão,
dos cubanos que exigem liberdade ou dos que usam de força
contra seus próprios cidadãos,
contra os que se opõem a um
regime moribundo".
Então, falará diretamente
aos cubanos comuns. Dirá que
eles "têm o poder de mudar e
definir seu futuro, que são eles
que atingirão um futuro em que
os líderes cubanos serão escolhidos por eles, em que seus filhos poderão crescer com paz e
prosperidade". Estará acompanhado de familiares de presos
políticos cubanos.
Indagado sobre se o presidente estava conclamando os
cubanos a uma rebelião armada, o funcionário disse que não.
Também disse que no momento estava fora de questão o fim
do embargo econômico à ilha.
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