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Chefe da inteligência cai por espionar opositor
DA REDAÇÃO
Em mais uma frente de problemas para o governo Álvaro
Uribe, a diretora do serviço de
inteligência estatal, Maria Pilar
Hurtado, renunciou ontem
após admitir que seus agentes
espionaram ilegalmente integrantes da oposição, entre eles
o senador Gustavo Petro, do
Pólo Democrático.
Uribe aceitou a renúncia de
Hurtado, que comandava o
DAS (Departamento Administrativo de Segurança). Além da
inteligência, o órgão, subordinado à Presidência, atua como
polícia migratória e judiciária.
A ex-diretora atribuiu a espionagem a uma iniciativa do
funcionário da divisão política.
O escândalo veio à tona com a
divulgação, pela imprensa, de
gravação de conversas de integrantes da oposição.
O senador Petro ironizou a
renúncia. Afirmou não acreditar que a ordem para espioná-lo
tenha partido de um funcionário de segundo escalão, e não de
Pilar Hurtado ou do próprio Álvaro Uribe.
"No DAS, os trâmites regulares não são seguidos. O DAS
precisa de uma reestruturação,
antes de mais nada para tirar
dele o caráter de polícia política
do presidente", afirmou ele,
uma das apostas da oposição
para a sucessão presidencial.
O escândalo e a saída de Hurtado provocaram novos questionamentos sobre a eficiência
e a transparência do organismo
de inteligência. Outro ex-diretor do DAS, Jorge Noguera, esteve vários meses em prisão
preventiva e é investigado por
seus supostos vínculos com
grupos paramilitares.
Noguera, próximo da Presidência e que ocupou o cargo
por três anos e meio, é acusado
de ter passado a chefes "paras"
informações que permitiram
que localizassem e assassinassem líderes sindicalistas.
Com a Reuters
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