São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2008

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Chefe da inteligência cai por espionar opositor

DA REDAÇÃO

Em mais uma frente de problemas para o governo Álvaro Uribe, a diretora do serviço de inteligência estatal, Maria Pilar Hurtado, renunciou ontem após admitir que seus agentes espionaram ilegalmente integrantes da oposição, entre eles o senador Gustavo Petro, do Pólo Democrático.
Uribe aceitou a renúncia de Hurtado, que comandava o DAS (Departamento Administrativo de Segurança). Além da inteligência, o órgão, subordinado à Presidência, atua como polícia migratória e judiciária.
A ex-diretora atribuiu a espionagem a uma iniciativa do funcionário da divisão política. O escândalo veio à tona com a divulgação, pela imprensa, de gravação de conversas de integrantes da oposição.
O senador Petro ironizou a renúncia. Afirmou não acreditar que a ordem para espioná-lo tenha partido de um funcionário de segundo escalão, e não de Pilar Hurtado ou do próprio Álvaro Uribe.
"No DAS, os trâmites regulares não são seguidos. O DAS precisa de uma reestruturação, antes de mais nada para tirar dele o caráter de polícia política do presidente", afirmou ele, uma das apostas da oposição para a sucessão presidencial.
O escândalo e a saída de Hurtado provocaram novos questionamentos sobre a eficiência e a transparência do organismo de inteligência. Outro ex-diretor do DAS, Jorge Noguera, esteve vários meses em prisão preventiva e é investigado por seus supostos vínculos com grupos paramilitares.
Noguera, próximo da Presidência e que ocupou o cargo por três anos e meio, é acusado de ter passado a chefes "paras" informações que permitiram que localizassem e assassinassem líderes sindicalistas.

Com a Reuters



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