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IRAQUE OCUPADO
Corpos dos americanos, mortos a tiros, são atacados em Mossul; Bagdá nomeia embaixadora em Washington
Iraquianos trucidam 2 soldados dos EUA
DA REDAÇÃO
Uma multidão atacou a facadas
e golpes de blocos de concreto os
corpos de dois soldados americanos mortos a tiros ontem em
Mossul, no norte do Iraque. Um
terceiro soldado morreu com a
explosão de uma bomba em Baquba, elevando para 185 o número de baixas em ataques sofridas
pelos EUA desde o fim dos principais combates, em 1º de maio.
Na atual ocupação do Iraque, o
episódio em Mossul é o primeiro
a vir a público que envolve a violação de cadáveres de soldados
americanos e faz lembrar o que
ocorreu em 1993 na Somália,
quando dois helicópteros Black
Hawk foram abatidos em Mogadício e depois atacados por uma
multidão. As imagens do corpo
de um dos 18 americanos mortos
sendo arrastado pelas ruas levaram a opinião pública americana
a pressionar o governo pelo fim
da operação no país.
O comando dos EUA se recusou
a comentar o ocorrido, limitando-se a dizer que dois soldados
foram mortos a tiros durante o
dia quando iam de carro de um
posto militar para outro. "Nossa
política é não dar detalhes sobre
os ferimentos infligidos a nossos
soldados", disse o general Mark
Kimmitt, vice-diretor de operações. "Não vamos ser mórbidos."
Testemunhas disseram que,
após serem atingidos pelos tiros,
os soldados foram esfaqueados e
degolados. Em seguida, dezenas
de pessoas saquearam o carro em
que os dois estavam, um veículo
civil. Os corpos então caíram na
rua, e a multidão os golpeou com
blocos de concreto.
Uma patrulha americana chegou pouco depois e isolou o local,
na região central da cidade.
"Eles odeiam os americanos por
aqui", disse um iraquiano em um
posto de gasolina perto do local
do incidente. "[Os americanos]
têm feito muitas operações de
busca aqui, então não é surpresa
que tenham sido atacados."
Mossul, tida como uma das cidades mais tranquilas durante a
ocupação, passa por uma escalada de violência. No sábado, uma
carroça-bomba explodiu matando dois iraquianos, e um coronel
de polícia encarregado da estrutura petroleira foi morto a tiros.
O terceiro soldado americano
morto ontem foi vítima de uma
bomba em uma estrada de Baquba. Na véspera, a cidade, na área
do Triângulo Sunita, região marcada pela forte presença de simpatizantes do regime deposto, fora alvo de um carro-bomba que
matou ao menos nove pessoas.
Em Latifiyah (sul), dois policiais
iraquianos foram mortos a tiros.
Em Kirkuk (norte), três civis americanos que prestam serviços para
o Exército foram feridos em um
ataque com um morteiro à Companhia Nacional de Petróleo. Outros três soldados dos EUA morreram em acidentes na capital.
Embaixadora
O Conselho de Governo Iraquiano nomeou Rend Rahim
Francke embaixadora do país nos
EUA. Francke nasceu em Bagdá,
foi educada no Reino Unido, no
Líbano e na França e adquiriu cidadania americana em 1987. Ela é
diretora-executiva da Iraq Foundation, que tem sede nos EUA e
lutava contra o regime deposto.
Bagdá não tinha representação
nos EUA desde 1990. A princípio,
a missão diplomática funcionará
na embaixada do Bahrein.
Com agências internacionais
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