|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Afirmação a jornal teria sido repetida em reunião de gabinete; medida seria tomada se plano de paz fracassasse
Sharon monta plano para desmantelar colônias isoladas
DA REDAÇÃO
O premiê israelense, Ariel Sharon, indicou ontem que alguns assentamentos judaicos isolados na
Cisjordânia e na faixa de Gaza poderão ser desmantelados. A afirmação foi dada em entrevista a
um jornal israelense e na sua reunião semanal de gabinete, segundo disse um de seus ministros. Essa medida seria tomada no caso
de o plano de paz fracassar.
Nas suas declarações, Sharon
também afirmou que pode acelerar a construção da barreira para
separar o território israelense da
Cisjordânia. A separação, que incorpora parte do território que os
palestinos reivindicam para o seu
futuro Estado, é apresentada por
Sharon como forma de impedir
que terroristas entrem em Israel.
"Eu tenho pensado há algum
tempo sobre passos unilaterais
que possam tornar as coisas mais
fáceis para Israel, protegendo seus
interesses, sem precisar levar em
conta se essas ações são também
positivas para os palestinos", afirmou o premiê em entrevista ao
diário "Yedioth Ahronoth".
O ministro da Ciência de Israel,
Eliezer Sandberg, do partido Shinui -o mais moderado da coalizão-, disse que Sharon afirmou
na reunião de gabinete que pretende desmantelar assentamentos isolados. Um forte candidato a
ser desmantelado é o de Netzarim
(faixa de Gaza). A colônia é constantemente alvo de ataques de
grupos palestinos.
Os palestinos se opõem a qualquer iniciativa de Israel no sentido de estabelecer unilateralmente
as fronteiras de um futuro Estado.
Sharon, além da contrariedade
palestina, enfrenta a oposição
também de membros de seu gabinete, que defendem os colonos judeus. Eles não aceitam que Israel
desmantele os assentamentos, inclusive os mais isolados.
Os jornais "Yedioth Ahronoth"
e "Maariv", ambos de Israel, disseram que, antes de levar adiante
o seu projeto, Sharon estaria disposto a negociar com o premiê
palestino, Ahmed Korei. Os dois
devem se reunir nesta semana pela primeira vez desde que Korei
assumiu o cargo. Se não houver
acordo, então Sharon tentaria impor unilateralmente o seu plano.
Na reunião semanal com o seu
gabinete, o premiê afirmou que
pode até mesmo acelerar a construção da barreira. O ministro da
Justiça de Israel, Yosef Lapid, pediu que um novo trajeto para a
barreira, com um custo menor,
seja implementado para que ela
fique pronta rapidamente. A barreira foi condenada pela ONU e é
criticada até mesmo pelos EUA,
principal aliado de Israel.
Já o ministro das Finanças de Israel, Binyamin Netanyahu, advertiu que iniciativas unilaterais de
Israel devem enfrentar forte oposição internacional.
Sharon também pode, independentemente do plano de paz, tomar a iniciativa de reduzir as restrições aos palestinos. Na maior
parte das áreas palestinas, a população tem toque de recolher, é
obrigada a passar por bloqueios e
muitas vezes não pode circular
entre uma cidade e outra.
Libertação
Israel anunciou ontem a libertação de dez prisioneiros jordanianos. Segundo Israel, é um gesto de
amizade para marcar o feriado de
Eid al-Fitr (último dia do Ramadã, o mês sagrado para os islâmicos). Nenhum deles esteve envolvido diretamente em mortes de
israelenses.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Iraque ocupado: Iraquianos trucidam 2 soldados dos EUA Próximo Texto: Acordo de Genebra tem apoio popular Índice
|