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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Afirmação a jornal teria sido repetida em reunião de gabinete; medida seria tomada se plano de paz fracassasse

Sharon monta plano para desmantelar colônias isoladas

DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Ariel Sharon, indicou ontem que alguns assentamentos judaicos isolados na Cisjordânia e na faixa de Gaza poderão ser desmantelados. A afirmação foi dada em entrevista a um jornal israelense e na sua reunião semanal de gabinete, segundo disse um de seus ministros. Essa medida seria tomada no caso de o plano de paz fracassar.
Nas suas declarações, Sharon também afirmou que pode acelerar a construção da barreira para separar o território israelense da Cisjordânia. A separação, que incorpora parte do território que os palestinos reivindicam para o seu futuro Estado, é apresentada por Sharon como forma de impedir que terroristas entrem em Israel.
"Eu tenho pensado há algum tempo sobre passos unilaterais que possam tornar as coisas mais fáceis para Israel, protegendo seus interesses, sem precisar levar em conta se essas ações são também positivas para os palestinos", afirmou o premiê em entrevista ao diário "Yedioth Ahronoth".
O ministro da Ciência de Israel, Eliezer Sandberg, do partido Shinui -o mais moderado da coalizão-, disse que Sharon afirmou na reunião de gabinete que pretende desmantelar assentamentos isolados. Um forte candidato a ser desmantelado é o de Netzarim (faixa de Gaza). A colônia é constantemente alvo de ataques de grupos palestinos.
Os palestinos se opõem a qualquer iniciativa de Israel no sentido de estabelecer unilateralmente as fronteiras de um futuro Estado. Sharon, além da contrariedade palestina, enfrenta a oposição também de membros de seu gabinete, que defendem os colonos judeus. Eles não aceitam que Israel desmantele os assentamentos, inclusive os mais isolados.
Os jornais "Yedioth Ahronoth" e "Maariv", ambos de Israel, disseram que, antes de levar adiante o seu projeto, Sharon estaria disposto a negociar com o premiê palestino, Ahmed Korei. Os dois devem se reunir nesta semana pela primeira vez desde que Korei assumiu o cargo. Se não houver acordo, então Sharon tentaria impor unilateralmente o seu plano.
Na reunião semanal com o seu gabinete, o premiê afirmou que pode até mesmo acelerar a construção da barreira. O ministro da Justiça de Israel, Yosef Lapid, pediu que um novo trajeto para a barreira, com um custo menor, seja implementado para que ela fique pronta rapidamente. A barreira foi condenada pela ONU e é criticada até mesmo pelos EUA, principal aliado de Israel.
Já o ministro das Finanças de Israel, Binyamin Netanyahu, advertiu que iniciativas unilaterais de Israel devem enfrentar forte oposição internacional.
Sharon também pode, independentemente do plano de paz, tomar a iniciativa de reduzir as restrições aos palestinos. Na maior parte das áreas palestinas, a população tem toque de recolher, é obrigada a passar por bloqueios e muitas vezes não pode circular entre uma cidade e outra.

Libertação
Israel anunciou ontem a libertação de dez prisioneiros jordanianos. Segundo Israel, é um gesto de amizade para marcar o feriado de Eid al-Fitr (último dia do Ramadã, o mês sagrado para os islâmicos). Nenhum deles esteve envolvido diretamente em mortes de israelenses.


Com agências internacionais


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