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SUCESSÃO NOS EUA / FORMAÇÃO DO GABINETE
Com agenda ousada, Obama anuncia hoje equipe econômica
Timothy Geithner, atual presidente do Fed de NY, ficará com Tesouro; ex-secretário Lawrence Summers será conselheiro
Política deve se basear na criação de empregos e corte de impostos; democratas já falam em novo estímulo de até US$ 700 bi à economia
SÉRGIO DÁVILA
EM NOVA YORK
O presidente eleito dos EUA,
Barack Obama, anuncia hoje
sua equipe econômica. Em entrevista coletiva em Chicago
com seu vice, Joe Biden, às 11h
locais (15h de Brasília), dirá
quem será seu secretário de Tesouro e outros cargos-chave,
como diretor do conselho econômico nacional e diretor de
Orçamento da Casa Branca.
O primeiro e mais importante ficará mesmo com Timothy
Geithner, 47, atual presidente
do Federal Reserve de Nova
York, como foi vazado à imprensa na sexta. A informação
foi confirmada ontem por David Axelrod, um dos principais
assessores de Obama: "Por seu
temperamento e experiência,
ele é perfeito para o momento".
Representante do banco central norte-americano em Wall
Street e ex-funcionário de carreira do Tesouro, Geithner foi
um dos artífices do plano de
resgate financeiro de US$ 700
bilhões e é um tecnocrata apartidário com excelente acesso ao
mercado -o vazamento de seu
nome fez a Bolsa fechar em alta
após uma semana de perda.
Lawrence Summers, 53, e
Peter Orszag, 39, devem ficar
respectivamente com o segundo e o terceiro postos. O primeiro foi secretário do Tesouro
do final do governo de Bill Clinton (1993-01) . Já Orszag será o
responsável por montar o primeiro Orçamento de Obama,
esqueleto de seu programa de
governo a ser levado ao Congresso no segundo trimestre.
Agenda ambiciosa
Confirmados os nomes, especula-se como será a dinâmica
de trabalho do trio e a política
econômica que implantarão.
Sobre a primeira, potenciais
pontos de tensão são o fato de
Geithner ter sido chefiado por
Summers -situação que se inverte-, e o choque entre estilo
contido do primeiro e o temperamento explosivo do segundo.
Já a agenda deverá ser baseada no tripé criação de empregos-pacote de estímulo à classe
média-reforma do código tributário. Anteontem, Obama
prometeu a criação de 2,5 milhões de vagas, proposta ambiciosa, mas aguardada num momento em que o desemprego
nos EUA bate os 6,5%.
Já os democratas do Congresso começam a falar num
pacote de estímulo à classe média que começou com US$ 150
bilhões, quando foi defendido
pela primeira vez por Obama, e
ontem chegava a "algo entre
US$ 500 bilhões e US$ 700 bilhões", nas contas do senador
democrata Charles Schumer.
Seja qual for o valor, Obama
promete fazer de sua aprovação
o primeiro ato de seu governo, e
o Congresso promete mandar a
proposta de lei já no dia da posse, 20 de janeiro. Entre outras
medidas, terá corte de impostos para a classe média, extensão de benefícios a desempregados e ajuda a governos estaduais e municipais.
Entre outros nomes vazados,
mas que só devem ser confirmados na segunda que vem, estão o da senadora Hillary Clinton no Departamento de Estado, de Bill Richardson, governador do Novo México, como
secretário do Comércio, e do
ex-senador Tom Daschle no
Departamento de Saúde.
Sobre a alta presença de clintonistas e os temores de que
reunir ex-rivais no gabinete seja uma estratégia que saia pela
culatra, Axelrod justificou: "Há
uma pessoa que vai definir a
política deste governo, e essa
pessoa é o presidente."
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