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País é pobre, mas se orgulha do seu Exército
SÉRGIO RANGEL
EM MADRI
A Coreia do Norte tem
orgulho de ser a nação
mais isolada do planeta.
Os norte-coreanos não
têm celular nem internet,
convivem com blecautes
diários e não sabem o que
acontece na cidade ao lado. A comunicação é controlada com mão de ferro.
Jornais, só os estatais.
Na TV, a população pode
assistir a apenas dois canais, que são um pesadelo, com filmes sobre heróis
e musicais montados por
militares e burocratas.
Em Pyongyang, a verdade é difícil de ser encontrada. Meus dois guias, funcionários graduados do
governo, tentavam ao máximo falar bem do regime.
Na visita ao Palácio do
Sol, onde o corpo de Kim
Il-sung, o "Grande Líder"
ou o "Pai da Nação", está
exposto há 16 anos, contavam histórias delirantes
sobre o dia do velório.
Em uma delas, eles
mostram o mármore preto
com detalhes em branco
no chão do imenso salão.
A guia disse que o mármore, totalmente negro, ficou manchado após os
norte-coreanos chorarem
por uma semana no local.
No país com a menor
frota de carros do mundo
(menos de 2.000), andar é
a saída. Para piorar, os
norte-coreanos convivem
diariamente com apagões.
Na zona rural, a situação é mais dramática. Animais são raros, e o solo é
pobre. Apesar da miséria e
da fome, a Coreia do Norte
se orgulha do seu Exército,
com 1 milhão de homens.
Os militares são bem diferentes dos das grandes
potências. A maioria é de
baixinhos e magros.
As armas também são
velhas. Fiéis ao ditador,
eles são bons em lutas e
acreditam que um conflito
com o tecnológico Exército
dos EUA pode ser vencido
em batalhas corpo a corpo.
O jornalista SÉRGIO RANGEL esteve na
Coreia do Norte em abril deste ano
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