DA ENVIADA A PORTO PRÍNCIPE

Anteontem, um carro que levava o candidato governista Jude Célestin por Beaumont, no sudoeste do Haiti, foi atingido por tiros. O presidenciável não se feriu, informaram políticos ligados a ele a rádios locais.
"Célestin está são e salvo, não foi atingido por esse ataque organizado por seus adversários", disse Jean Laveaud Frédérique, candidato ao Senado pelo partido do presidente René Préval.
Também em Beaumont anteontem, militantes morreram baleados durante um enfrentamento entre partidários de Célestin e de Charles Baker, empresário e candidato a presidente.
Os grupos se agrediram com tiros, garrafadas e pedradas. O confronto deixou diversas pessoas feridas.
A situação só foi controlada com a chegada de reforços policiais.
A passagem da comitiva de Célestin também provocou violência em Roseau, cidade próxima. Autoridades locais não registraram vítimas do tumulto.
O candidato publicou uma mensagem em sua página na internet pedindo o fim dos atos de violência durante as eleições.
Baker já havia denunciado no último final de semana que seu partido também teria sido vítima de violência. De acordo com ele, homens armados falharam ao tentar sequestrar a diretora da sua campanha.
Apesar dos incidentes, a avaliação da Minustah é que a situação é menos tensa do que na semana passada, disse à Folha o coronel Maurício Cruz, brasileiro porta-voz do braço militar da missão de paz da ONU.
Cruz afirma que há pontos considerados "sensíveis" no país e na capital, mas aponta que o mais recente protesto supostamente contra o surto de cólera aconteceu em Porto Príncipe, na sexta passada.
A Minustah já começou o envio de reforço de contingente a locais de votação no interior do país, de difícil acesso. Os soldados da ONU também fazem escolta da entrega do material eleitoral em todo o país. (FM)