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Correa nega ter dado ordem para tirar TV do ar por três dias
Dirigente da Teleamazonas diz que a perseguição ao canal é uma ameaça à democracia equatoriana
DA REDAÇÃO
O presidente do Equador, o
esquerdista Rafael Correa, negou ontem que tenha partido
dele a ordem para que fosse
suspenso por 72 horas o sinal
da emissora de TV Teleamazonas, crítica a seu governo.
"A resolução sobre a suspensão da Teleamazonas foi tomada por um organismo autônomo e com base no direito. O debate não deve ser sobre quem
mandou fechar a Teleamazonas, mas se a lei foi cumprida
ou não e se o canal cometeu ou
não uma infração", disse.
A decisão para mandar tirar
do ar por três dias a Teleamazonas, no entanto, partiu da Superintendência de Telecomunicações, órgão vinculado ao
governo, que decidiu punir a
TV por veicular uma reportagem sobre prejuízos causados à
população da ilha de Puná (oeste) pelas atividades da petroleira estatal venezuelana PDVSA
-o presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, é um aliado próximo de Correa.
A suspensão do sinal da Teleamazonas foi decidida com
base na lei de rádio e TV promulgada sob o ditador Guillermo Rodríguez Lara (1972-1976), no exato momento em
que o Legislativo equatoriano
discute uma nova regulação para o setor, no que é visto pela
oposição como uma tentativa
do governo Correa de controlar
a mídia.
Ontem, o vice-presidente de
jornalismo da Teleamazonas,
Carlos Jijón, expressou seu temor de que a democracia no
Equador "esteja chegando a seu
fim" em razão da suposta perseguição sofrida pelo canal. Um
grupo de equatorianos se reuniu em frente ao canal para manifestar seu apoio à emissora
contra a decisão do governo.
A Teleamazonas está sob
pressão do governo do Equador
desde o ano passado. A nova
Constituição do país, aprovada
em 2008, proíbe a participação
de empresas do sistema financeiro em meios de comunicação. Por isso, a Teleamazonas,
que pertence ao Grupo Banco
del Pichincha, tem menos de
um ano para trocar de dono.
Em agosto deste ano, Correa
ameaçou publicamente de fechamento a Teleamazonas
após a emissora divulgar o áudio, gravado clandestinamente,
de uma reunião ministerial.
Com agências internacionais
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