São Paulo, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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Correa nega ter dado ordem para tirar TV do ar por três dias

Dirigente da Teleamazonas diz que a perseguição ao canal é uma ameaça à democracia equatoriana

DA REDAÇÃO

O presidente do Equador, o esquerdista Rafael Correa, negou ontem que tenha partido dele a ordem para que fosse suspenso por 72 horas o sinal da emissora de TV Teleamazonas, crítica a seu governo.
"A resolução sobre a suspensão da Teleamazonas foi tomada por um organismo autônomo e com base no direito. O debate não deve ser sobre quem mandou fechar a Teleamazonas, mas se a lei foi cumprida ou não e se o canal cometeu ou não uma infração", disse.
A decisão para mandar tirar do ar por três dias a Teleamazonas, no entanto, partiu da Superintendência de Telecomunicações, órgão vinculado ao governo, que decidiu punir a TV por veicular uma reportagem sobre prejuízos causados à população da ilha de Puná (oeste) pelas atividades da petroleira estatal venezuelana PDVSA -o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é um aliado próximo de Correa.
A suspensão do sinal da Teleamazonas foi decidida com base na lei de rádio e TV promulgada sob o ditador Guillermo Rodríguez Lara (1972-1976), no exato momento em que o Legislativo equatoriano discute uma nova regulação para o setor, no que é visto pela oposição como uma tentativa do governo Correa de controlar a mídia.
Ontem, o vice-presidente de jornalismo da Teleamazonas, Carlos Jijón, expressou seu temor de que a democracia no Equador "esteja chegando a seu fim" em razão da suposta perseguição sofrida pelo canal. Um grupo de equatorianos se reuniu em frente ao canal para manifestar seu apoio à emissora contra a decisão do governo.
A Teleamazonas está sob pressão do governo do Equador desde o ano passado. A nova Constituição do país, aprovada em 2008, proíbe a participação de empresas do sistema financeiro em meios de comunicação. Por isso, a Teleamazonas, que pertence ao Grupo Banco del Pichincha, tem menos de um ano para trocar de dono.
Em agosto deste ano, Correa ameaçou publicamente de fechamento a Teleamazonas após a emissora divulgar o áudio, gravado clandestinamente, de uma reunião ministerial.

Com agências internacionais



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