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Ação é a maior no exterior no pós-2ª Guerra
DA SUCURSAL DO RIO
Embora analistas e diplomatas ressaltem o caráter multilateral e regional da Minustah -países
latino-americanos contribuem com metade do efetivo-, para os militares
brasileiros o comando da
força adquiriu importância particular.
Na sexta, com a distribuição de ajuda em Porto
Príncipe, eles tentaram
mostrar que continuavam
no controle, apesar da presença americana.
Matias Spektor, da FGV
do Rio, lembra que essa é a
maior mobilização de tropas brasileiras desde a Segunda Guerra. Antonio
Jorge Ramalho, da UnB,
defende que similaridades
entre as realidades brasileira e haitiana tornaram o
contato dos militares com
a população local melhor
do que o que ela teve com
outras forças estrangeiras.
Em estudo sobre a Minustah, Monica Hirst, professora de relações internacionais da Universidade
di Tella (Buenos Aires),
destaca a visão brasileira
do Haiti como local de
treinamento para ações
não convencionais, "num
contexto de novas ameaças e modalidades de conflito e de crescentes desafios humanitários".
O objetivo de ampliar a
presença em forças de paz
foi incorporado à Estratégia Nacional de Defesa
(2008). A diplomacia, do
seu lado, cita a articulação
regional entre as principais motivações para assumir o comando da missão,
em 2004. Na semana passada, o chanceler Celso
Amorim defendeu a necessidade de que o reforço
pós-terremoto viesse majoritariamente de países
latino-americanos.
Embora a candidatura a
uma cadeira permanente
no Conselho de Segurança
seja pano de fundo para as
ações internacionais do
Brasil, o vínculo com o
Haiti não é imediato. "O
momento da reforma [do
CS] não está próximo e nada garante que esse gesto
será lembrado quando
chegar o momento", diz
Ramalho.
Spektor e Hirst destacam, entre os dividendos
que o Brasil pode colher da
operação no Haiti, o aprimoramento de mecanismos de cooperação internacional civil, sejam diretos ou por meio operações
triangulares, em que outros países repassam dinheiro a agências e ONGs
nacionais.
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