|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Guantánamo define seu 1º julgamento
DA REDAÇÃO
O Departamento da Defesa dos
EUA indiciou ontem dois dos
presos em Guantánamo de conspiração para cometer crimes de
guerra e confirmou que eles serão
julgados por um tribunal militar.
São os primeiros detidos na base
americana em Cuba a receber
acusações formais e serão os primeiros a ir a julgamento.
O iemenita Ali Hamza Ahmed
Sulayman al Bahlul e o sudanês
Ibrahim Ahmed Mahmoud al
Qosi, supostos aliados do terrorista saudita Osama bin Laden, estão
presos em Guantánamo há dois
anos -há mais de 600 pessoas no
local, a maioria em total isolamento e sem direito a advogado.
O Pentágono confirmou que o
tribunal militar -o primeiro dos
EUA desde a Segunda Guerra
Mundial- será montado na própria base, em data a ser definida.
Criticado por grupos de defesa
dos direitos humanos pela falta de
status legal dos detidos, o Pentágono promete julgamentos "completos e justos". Al Bahlul e Al Qosi terão direito a advogado apontado pelo Pentágono.
"Os tribunais militares estão
muito aquém dos padrões de julgamentos justos, não condizem
com os valores americanos de
Justiça e violam as leis internacionais", argumentou William
Schulz, diretor-executivo da
Anistia Internacional nos EUA.
Segundo o major John Smith,
porta-voz do Departamento da
Defesa, os promotores não planejam pedir a pena de morte para os
acusados. Smith disse que a decisão de indiciar esses dois homens
não significa que eles sejam os detidos mais perigosos de Guantánamo. "São só os casos prontos
para julgamento agora."
Em nota, o Pentágono descreveu Al Qosi como contador e traficante da armas da Al Qaeda,
"aliado de Bin Laden desde a época em que este viveu no Sudão".
Al Bahlul é identificado como
membro-chave da Al Qaeda, "que
produzia vídeos glorificando o assassinato de americanos para recrutar e motivar" outros integrantes do grupo. Os dois teriam
sido guarda-costas de Bin Laden.
"Ameaça islâmica"
Ainda ontem, em seu pronunciamento anual ao Comitê de Inteligência do Senado americano,
o diretor-geral da CIA, George
Tenet, afirmou que os grupos extremistas islâmicos representam a
maior ameaça atual aos EUA.
"O sólido crescimento do sentimento anti-EUA de Osama bin
Laden entre o movimento extremista sunita e a intensa disseminação do know-how destrutivo
da Al Qaeda certificam a permanência de uma séria ameaça no
futuro próximo -com ou sem a
Al Qaeda no cenário", declarou.
Já o diretor do FBI, Robert Mueller, disse ao comitê que a Olimpíada de Atenas e as convenções
nacionais dos partidos Republicano e Democrata são os eventos
que trazem mais preocupação à
polícia federal dos EUA.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Guerra sem limites: EUA não usaram pista alemã de 99 sobre o 11 de Setembro Próximo Texto: Fitas atribuídas à Al Qaeda atacam Bush e Chirac Índice
|