DA FRANCE PRESSE

O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, sugeriu ontem a extinção da agência de inteligência do país. O órgão protagoniza um escândalo de escutas ilegais e venda de informações privilegiadas a paramilitares, narcotraficantes e guerrilheiros.
"O DAS [Departamento Administrativo de Segurança] requer uma cirurgia profunda, [mas] o paciente está doente demais e então é melhor sepultá-lo", comentou Santos, depois de uma reunião com o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, em Washington.
O ministro -pré-candidato à sucessão presidencial em 2010- disse que sugerirá ao presidente Álvaro Uribe que crie uma nova agência de inteligência, "mais flexível e menos custosa".
A revista "Semana", que revelou o escândalo, publicou que funcionários do DAS espionaram membros da Suprema Corte, parlamentares da oposição e jornalistas críticos ao governo. Uribe negou ter ordenado as escutas.
A extinção da agência foi pedida também pela oposição colombiana, mas o órgão acumula funções importantes -além da inteligência, faz o papel de polícia judiciária e migratória.
O caso pode afetar a ajuda em matéria de inteligência de países como EUA e Reino Unido -vários equipamentos usados nas escutas ilegais vieram desses países no marco de políticas de combate ao narcotráfico.
Em Washington, Santos disse ter discutido com Gates um novo acordo de cooperação militar contra o tráfico de drogas.


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