São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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Bispo britânico que negou o Holocausto deixa a Argentina após expulsão

DE BUENOS AIRES

Richard Williamson, o bispo britânico que nega o Holocausto e cuja restituição pelo papa Bento 16 atraiu críticas, deixou ontem a Argentina. Ele fora instado a sair pelo governo Cristina Kirchner cinco dias antes.
O bispo não deu declarações. Antes de seu embarque para Londres, dois homens que o acompanhavam seguraram pelos braços um repórter de TV que tentou se aproximar, e o próprio Williamson fez um gesto com o punho cerrado em direção ao rosto do jornalista.
Williamson é um dos quatro bispos da Sociedade São Pio 10º excomungados em 1988 logo após serem ordenados pelo polêmico arcebispo Marcel Lefèbvre -ferrenho opositor das mudanças progressistas na Igreja- sem anuência papal.
A excomunhão foi revertida por Bento 16 em janeiro deste ano, pouco antes de vir a público uma entrevista em que Williamson diz que as câmaras de gás não existiram e que 200 mil ou 300 mil judeus -e não 6 milhões- morreram nos campos de concentração nazistas.
O Vaticano afirmou que o papa desconhecia a opinião de Williamson sobre o tema e pediu a retratação do bispo, que se negou a fazê-lo, alegando precisar de tempo para "estudar a história".
Ante a negativa, a Sociedade São Pio 10º retirou o religioso, no último dia 9, do cargo de diretor do seminário que a congregação mantém na Grande Buenos Aires.
Dias depois, o governo argentino citou irregularidades na documentação com que o religioso entrara no país, em 2003, e pediu sua saída. A ordem do setor de migração afirma que Williamson "agride a sociedade argentina, o povo judeu e a humanidade" ao "negar uma comprovada verdade histórica". (THIAGO GUIMARÃES)


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