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Bispo britânico que negou
o Holocausto deixa a
Argentina após expulsão
DE BUENOS AIRES
Richard Williamson, o bispo britânico que nega o Holocausto e cuja restituição
pelo papa Bento 16 atraiu
críticas, deixou ontem a Argentina. Ele fora instado a
sair pelo governo Cristina
Kirchner cinco dias antes.
O bispo não deu declarações. Antes de seu embarque
para Londres, dois homens
que o acompanhavam seguraram pelos braços um repórter de TV que tentou se
aproximar, e o próprio Williamson fez um gesto com o
punho cerrado em direção
ao rosto do jornalista.
Williamson é um dos quatro bispos da Sociedade São
Pio 10º excomungados em
1988 logo após serem ordenados pelo polêmico arcebispo Marcel Lefèbvre -ferrenho opositor das mudanças progressistas na Igreja-
sem anuência papal.
A excomunhão foi revertida por Bento 16 em janeiro
deste ano, pouco antes de vir
a público uma entrevista em
que Williamson diz que as
câmaras de gás não existiram e que 200 mil ou 300 mil
judeus -e não 6 milhões-
morreram nos campos de
concentração nazistas.
O Vaticano afirmou que o
papa desconhecia a opinião
de Williamson sobre o tema
e pediu a retratação do bispo,
que se negou a fazê-lo, alegando precisar de tempo para "estudar a história".
Ante a negativa, a Sociedade São Pio 10º retirou o religioso, no último dia 9, do cargo de diretor do seminário
que a congregação mantém
na Grande Buenos Aires.
Dias depois, o governo argentino citou irregularidades na documentação com
que o religioso entrara no
país, em 2003, e pediu sua
saída. A ordem do setor de
migração afirma que Williamson "agride a sociedade
argentina, o povo judeu e a
humanidade" ao "negar uma
comprovada verdade histórica".
(THIAGO GUIMARÃES)
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