São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

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EUA responsabilizam Havana e pedem soltura de presos políticos

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A porta-voz da Chancelaria americana, Virginia Staab, afirmou ontem que Orlando Zapata Tamayo estava sob custódia do governo cubano e que a responsabilidade sobre a sua morte cabe ao governo cubano.
O comentário foi uma resposta à acusação do dirigente máximo de Cuba, Raúl Castro, de que os EUA seriam os responsáveis pela morte do prisioneiro após uma greve de fome de 85 dias.
Staab destacou ainda que os EUA são os principais fornecedores de alimento a Cuba.
Antes da acusação de Raúl, a Chancelaria divulgou nota lamentando a morte de Zapata, na qual revelou que, durante a visita da delegação do governo dos EUA, na semana passada, para a mais recente rodada de conversas bilaterais sobre questões migratórias, foi feito um alerta para a necessidade de cuidados médicos para Zapata.
"A morte do senhor Orlando Zapata Tamayo destaca a injustiça de Cuba ao manter mais de 200 prisioneiros políticos presos, que deveriam ser libertados sem demora", diz a nota.
A Anistia Internacional pediu ao governo cubano a libertação dos prisioneiros políticos. "[Essa] morte trágica é uma ilustração terrível do desespero que os prisioneiros políticos cubanos enfrentam. Eles não veem qualquer esperança de serem libertados de seu encarceramento injusto e prolongado", afirmou Gerardo Ducos, pesquisador da ONG.
O especialista diz que, diante de uma sentença de prisão por tempo prolongado, Zapata sentiu que não tinha outro caminho senão a greve de fome para protestar contra a repressão aos dissidentes no país. Segundo Ducos, o caso ressalta a necessidade de Cuba convidar especialistas internacionais para visita ao país, a fim de verificar o cumprimento das regras relacionadas a direitos humanos.
Até ontem, dia seguinte à cúpula que criou a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, nenhum país da região -exceto o Brasil- comentara o caso.

Com agências internacionais



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