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EUA responsabilizam Havana e pedem soltura de presos políticos
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
A porta-voz da Chancelaria
americana, Virginia Staab, afirmou ontem que Orlando Zapata Tamayo estava sob custódia
do governo cubano e que a responsabilidade sobre a sua morte cabe ao governo cubano.
O comentário foi uma resposta à acusação do dirigente
máximo de Cuba, Raúl Castro,
de que os EUA seriam os responsáveis pela morte do prisioneiro após uma greve de fome
de 85 dias.
Staab destacou ainda que os
EUA são os principais fornecedores de alimento a Cuba.
Antes da acusação de Raúl, a
Chancelaria divulgou nota lamentando a morte de Zapata,
na qual revelou que, durante a
visita da delegação do governo
dos EUA, na semana passada,
para a mais recente rodada de
conversas bilaterais sobre
questões migratórias, foi feito
um alerta para a necessidade de
cuidados médicos para Zapata.
"A morte do senhor Orlando
Zapata Tamayo destaca a injustiça de Cuba ao manter mais de
200 prisioneiros políticos presos, que deveriam ser libertados sem demora", diz a nota.
A Anistia Internacional pediu ao governo cubano a libertação dos prisioneiros políticos. "[Essa] morte trágica é
uma ilustração terrível do desespero que os prisioneiros políticos cubanos enfrentam. Eles
não veem qualquer esperança
de serem libertados de seu encarceramento injusto e prolongado", afirmou Gerardo Ducos,
pesquisador da ONG.
O especialista diz que, diante
de uma sentença de prisão por
tempo prolongado, Zapata sentiu que não tinha outro caminho senão a greve de fome para
protestar contra a repressão
aos dissidentes no país. Segundo Ducos, o caso ressalta a necessidade de Cuba convidar especialistas internacionais para
visita ao país, a fim de verificar
o cumprimento das regras relacionadas a direitos humanos.
Até ontem, dia seguinte à cúpula que criou a Comunidade
de Estados Latino-Americanos
e Caribenhos, nenhum país da
região -exceto o Brasil- comentara o caso.
Com agências internacionais
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