|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras vai explorar águas profundas, diz Argentina
DE BUENOS AIRES
A Casa Rosada contrapôs o
início da prospecção de petróleo pela empresa britânica Desire Petroleum na região das
Ilhas Malvinas com o anúncio
de "uma operação inédita na
história petroleira argentina,
que volta a explorar o mar, depois de mais de 30 anos".
Segundo divulgou o Ministério do Planejamento, comandado por Julio De Vido, as empresas Enarsa (Energia Argentina
Sociedade Anônima) e a hispano-argentina YPF "perfurarão
poços em águas profundas",
tendo ainda a Petrobras como
integrante do consórcio.
A pasta divulgou que as duas
primeiras empresas têm 35%
de participação no consórcio, e
a Petrobras, 25%. Os 5% restantes são da Petrouruguay.
O contrato estabelece que cabe à Petrobras, à YPF e à Petrouruguay "aportar os fundos
necessários para financiar o investimento correspondente à
Enarsa na etapa de exploração
da área". Diz ainda que o financiamento "será a fundo perdido, se o resultado da exploração
for negativo".
O comunicado não menciona
o montante do investimento. A
Folha tenta ouvir o Ministério
do Planejamento argentino sobre o assunto desde a última segunda-feira, mas não obteve
resposta.
Procurada também na segunda passada, a Petrobras disse que o contrato data do ano de
2006, quando a Presidência da
Argentina era ocupada por
Néstor Kirchner, marido e antecessor da atual presidente,
Cristina Kirchner.
A estatal disse à Folha que
estava tentando checar os dados fornecidos pelo governo
argentino até a conclusão desta
edição e descartou a possibilidade de dar entrevista a respeito do assunto.
Na semana passada, equipes
do Ministério da Indústria e do
Turismo da Argentina e do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior
do Brasil definiram a área de
"petróleo e gás" como 1 das 8
prioridades para promover a
"integração produtiva" entre
os dois países.
No próximo dia 17, ambas as
pastas voltam a se reunir, para
avaliar as possibilidades de financiamento a projetos.
Assim como o Reino Unido, a
Argentina enfrenta queda em
suas reservas de petróleo. O total atual do país é 34% menor
que o patamar registrado nos
anos 1990.
Em 31º lugar no mundo, a
Argentina conta hoje com reservas comprovadas de 2,6 bilhões de barris. A produção diária é de 800 mil barris. No caso
do Reino Unidos, que ocupa o
29 lugar em reservas, esses números são, respectivamente
3,4 bilhões e 1,5 milhão.
Há muita divergência na avaliação do potencial petrolífero
da região das Malvinas. Dados
citados pela imprensa argentina por analistas que debatem o
provável impacto de descobertas na região assinalam desde a
existência de "um novo golfo
Pérsico", com 60 bilhões de
barris na área, a mais comedidos 3 bilhões de barris, que seriam de difícil exploração, dadas às condições climáticas e
geológicas pouco favoráveis.
Em 1998, os britânicos realizaram estudos para a exploração de petróleo nas Malvinas.
Naquela época, a cotação do
petróleo tornou economicamente inviável a operação.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Foco: Baleia ataca e mata treinadora em parque temático de Orlando Índice
|