São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

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Petrobras vai explorar águas profundas, diz Argentina

DE BUENOS AIRES

A Casa Rosada contrapôs o início da prospecção de petróleo pela empresa britânica Desire Petroleum na região das Ilhas Malvinas com o anúncio de "uma operação inédita na história petroleira argentina, que volta a explorar o mar, depois de mais de 30 anos".
Segundo divulgou o Ministério do Planejamento, comandado por Julio De Vido, as empresas Enarsa (Energia Argentina Sociedade Anônima) e a hispano-argentina YPF "perfurarão poços em águas profundas", tendo ainda a Petrobras como integrante do consórcio.
A pasta divulgou que as duas primeiras empresas têm 35% de participação no consórcio, e a Petrobras, 25%. Os 5% restantes são da Petrouruguay.
O contrato estabelece que cabe à Petrobras, à YPF e à Petrouruguay "aportar os fundos necessários para financiar o investimento correspondente à Enarsa na etapa de exploração da área". Diz ainda que o financiamento "será a fundo perdido, se o resultado da exploração for negativo".
O comunicado não menciona o montante do investimento. A Folha tenta ouvir o Ministério do Planejamento argentino sobre o assunto desde a última segunda-feira, mas não obteve resposta.
Procurada também na segunda passada, a Petrobras disse que o contrato data do ano de 2006, quando a Presidência da Argentina era ocupada por Néstor Kirchner, marido e antecessor da atual presidente, Cristina Kirchner.
A estatal disse à Folha que estava tentando checar os dados fornecidos pelo governo argentino até a conclusão desta edição e descartou a possibilidade de dar entrevista a respeito do assunto.
Na semana passada, equipes do Ministério da Indústria e do Turismo da Argentina e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil definiram a área de "petróleo e gás" como 1 das 8 prioridades para promover a "integração produtiva" entre os dois países.
No próximo dia 17, ambas as pastas voltam a se reunir, para avaliar as possibilidades de financiamento a projetos.
Assim como o Reino Unido, a Argentina enfrenta queda em suas reservas de petróleo. O total atual do país é 34% menor que o patamar registrado nos anos 1990.
Em 31º lugar no mundo, a Argentina conta hoje com reservas comprovadas de 2,6 bilhões de barris. A produção diária é de 800 mil barris. No caso do Reino Unidos, que ocupa o 29 lugar em reservas, esses números são, respectivamente 3,4 bilhões e 1,5 milhão.
Há muita divergência na avaliação do potencial petrolífero da região das Malvinas. Dados citados pela imprensa argentina por analistas que debatem o provável impacto de descobertas na região assinalam desde a existência de "um novo golfo Pérsico", com 60 bilhões de barris na área, a mais comedidos 3 bilhões de barris, que seriam de difícil exploração, dadas às condições climáticas e geológicas pouco favoráveis.
Em 1998, os britânicos realizaram estudos para a exploração de petróleo nas Malvinas. Naquela época, a cotação do petróleo tornou economicamente inviável a operação.


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