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DIPLOMACIA
EUA acusam três empresas russas de fornecer armamentos ilegais e técnicos ao Iraque
Rússia nega venda de armas a Bagdá
DA REDAÇÃO
A Rússia negou ontem acusações dos EUA de que empresas
russas venderam equipamentos
militares ao Iraque ilicitamente.
Washington acusa companhias
russas de enviar mísseis guiados
antitanques, equipamentos de visão noturna e dispositivos para
causar interferência eletrônica em
equipamentos GPS (sistema de
posicionamento global) ao Iraque, violando sanções da ONU.
Os EUA crêem ainda que as
companhias tenham técnicos em
Bagdá ajudando iraquianos a
operar sistemas de interferência
eletrônica, afirmou um funcionário do governo americano.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, falou sobre o assunto
em um telefonema ao presidente
russo, Vladimir Putin, ontem,
afirmou o porta-voz da Casa
Branca, Ari Fleischer.
"Não enviamos nenhum bem,
incluindo militar, que viole as
sanções", disse o chanceler russo,
Igor Ivanov. Segundo ele, os EUA
pedem relatórios sobre as supostas vendas ilegais desde outubro, e
a Rússia enviou o relatório mais
recente no dia 18. "Nenhum fato
que fundamente a ansiedade
americana foi encontrado."
Mas, em Washington, Fleischer
disse: "Os EUA têm provas críveis
de que companhias russas forneceram assistência e equipamentos
proibidos ao regime iraquiano".
Ele afirmou que relatórios de inteligência indicam que há cooperação entre uma empresa russa que
fabrica equipamentos de interferência e militares iraquianos.
Segundo um funcionário do governo dos EUA, que não quis se
identificar, a cooperação incluiria
a presença de técnicos em Bagdá
auxiliando militares a operar os
sistemas de interferência.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, que discutiu o assunto com Ivanov, afirmou que o
equipamento em questão é "o tipo de equipamento que colocaria
nossos homens e mulheres em
perigo, que daria vantagem ao
inimigo". Em entrevista ao canal
de TV Fox News, ele afirmou que
os EUA estão preocupados há
meses e que, nas 48 horas anteriores, receberam informações que
causam ainda mais preocupação.
Segundo Ivanov, se houvesse
qualquer indício de que companhias russas estivessem enviando
bens proibidos ao Iraque, o caso
seria investigado como uma grave
violação da lei russa.
Os EUA tentam há anos evitar
que a Rússia compartilhe sua tecnologia bélica, especialmente
com o Irã, país para o qual autoridades americanas afirmam que
Moscou vendeu tecnologia para
fabricar mísseis. As pressões de
Washington são particularmente
fortes quanto à venda de armamentos por empresas privadas.
De acordo com analistas russos,
a decisão dos EUA de levar a público essas "preocupações" agora
pode ser uma forma de pressionar
a Rússia a relaxar sua posição de
firme oposição à guerra ao Iraque.
Ontem, o vice-chanceler russo,
Yuri Fedotov, disse que o Conselho de Segurança da ONU deveria
se reunir para obrigar os EUA e o
Reino Unido a lidarem sozinhos
com as "consequências humanitárias de suas ações" militares. Ele
afirmou ainda que Moscou deve
se opor a esforços de reestruturar
o programa da ONU de "petróleo
por comida", do qual muitas empresas russas participam.
O jornal "The Washington
Post" afirmou anteontem que três
empresas russas estavam envolvidas nas vendas. O diário identificou duas delas como a KBP Tula e
a Aviaconversiya e afirmou que a
KBP forneceu mísseis guiados antitanques e a Aviaconversiya,
equipamentos de interferência.
Ambas as empresas, assim como a agência de exportações de
armas da Rússia, a Rosoboronexport, negaram as acusações.
Com agências internacionais
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