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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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Blair prevê "dias difíceis" e ganha mais apoio

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou ontem no Parlamento que a guerra passará por um momento decisivo nas próximas horas.
"As tropas de coalizão estão a caminho de Bagdá, próximas do encontro com a Guarda Republicana [tropa de elite de Saddam Hussein]. Será um momento crucial", declarou.
Blair, para quem o objetivo vital é chegar o mais rapidamente possível a Bagdá, prevê "dias difíceis pela frente". "Os soldados leais a Saddam têm resistido e vão continuar resistindo fortemente. Eles são a elite odiada pela população local e que tem pouco a perder."
Pressionado por parlamentares contrários à ação militar no Iraque, o primeiro-ministro demonstrou preocupação com as últimas baixas da coalizão -ontem foi confirmada a morte do primeiro soldado britânico em combate- e com a possível repercussão na opinião pública.
"Há, evidentemente, dificuldades que aumentaram, tragédias e acidentes. Nós lamentamos as mortes, mas é a natureza da guerra. E, pela natureza da guerra de hoje, mostrada ao vivo e a todo instante, as pessoas vêem a dor e o sangue de maneira chocante."
Apesar da preocupação de Blair, o apoio da população britânica à ação no Iraque vem aumentando. Pesquisa publicada pelo jornal "Daily Telegraph" indica que 56% dos britânicos defendem a operação -uma semana antes o índice era de 50%.
Já o "The Guardian" publica hoje pesquisa do instituto ICM segundo a qual o índice de aprovação britânica à ação está em 54% -era de 38% em 16 de março e de 29% em fevereiro.
Indagado por Duncan Smith, líder da oposição, sobre a situação do regime iraquiano, Blair disse não poder precisar se as imagens de Saddam Hussein exibidas ontem pela TV eram ao vivo. "A verdade é que não sabemos ao certo [se ele está vivo], mas com certeza ele vai cair, o regime será substituído e iremos ajudar o povo iraquiano a ter um futuro melhor."
Blair disse ainda que considera inaceitável a incursão turca no norte do Iraque e reafirmar que a intenção é manter as fronteiras do país intactas no pós-guerra.


Com agências internacionais


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