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Blair prevê "dias difíceis" e ganha mais apoio
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro britânico,
Tony Blair, afirmou ontem no
Parlamento que a guerra passará
por um momento decisivo nas
próximas horas.
"As tropas de coalizão estão a
caminho de Bagdá, próximas do
encontro com a Guarda Republicana [tropa de elite de Saddam
Hussein]. Será um momento crucial", declarou.
Blair, para quem o objetivo vital
é chegar o mais rapidamente possível a Bagdá, prevê "dias difíceis
pela frente". "Os soldados leais a
Saddam têm resistido e vão continuar resistindo fortemente. Eles
são a elite odiada pela população
local e que tem pouco a perder."
Pressionado por parlamentares
contrários à ação militar no Iraque, o primeiro-ministro demonstrou preocupação com as últimas baixas da coalizão -ontem foi confirmada a morte do
primeiro soldado britânico em
combate- e com a possível repercussão na opinião pública.
"Há, evidentemente, dificuldades que aumentaram, tragédias e
acidentes. Nós lamentamos as
mortes, mas é a natureza da guerra. E, pela natureza da guerra de
hoje, mostrada ao vivo e a todo
instante, as pessoas vêem a dor e o
sangue de maneira chocante."
Apesar da preocupação de Blair,
o apoio da população britânica à
ação no Iraque vem aumentando.
Pesquisa publicada pelo jornal
"Daily Telegraph" indica que 56%
dos britânicos defendem a operação -uma semana antes o índice
era de 50%.
Já o "The Guardian" publica hoje pesquisa do instituto ICM segundo a qual o índice de aprovação britânica à ação está em 54%
-era de 38% em 16 de março e de
29% em fevereiro.
Indagado por Duncan Smith, líder da oposição, sobre a situação
do regime iraquiano, Blair disse
não poder precisar se as imagens
de Saddam Hussein exibidas ontem pela TV eram ao vivo. "A verdade é que não sabemos ao certo
[se ele está vivo], mas com certeza
ele vai cair, o regime será substituído e iremos ajudar o povo iraquiano a ter um futuro melhor."
Blair disse ainda que considera
inaceitável a incursão turca no
norte do Iraque e reafirmar que a
intenção é manter as fronteiras do
país intactas no pós-guerra.
Com agências internacionais
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