São Paulo, domingo, 25 de março de 2007

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ONU aprova novas sanções contra o Irã

Nova resolução endurece ligeiramente restrições ao regime islâmico, que rebate: fim do programa nuclear "não é opção nem solução"

Militares britânicos presos no mar são levados a Teerã; segundo o regime islâmico, eles "confessaram" ter invadido águas iranianas

DA REDAÇÃO

O Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem, por unanimidade, a imposição de novas sanções militares e comerciais ao Irã, em resposta à negativa do país de congelar seu programa nuclear.
As novas sanções endurecem ligeiramente as restrições militares, comerciais e diplomáticas aplicadas contra a república islâmica na resolução anterior, aprovada em dezembro.
O representante dos EUA, Alejandro D. Wolff, lembrou após a votação que a advertência estabelece um novo prazo de 60 dias: "Ao mesmo tempo em que esperamos que o Irã cumpra esta resolução, os Estados Unidos estão totalmente preparados para adotar novas medidas em 60 dias se o Irã decidir seguir outro caminho", disse ele.
A Resolução 1.747, aprovada ontem, inclui um embargo à compra de armas iranianas; um apelo para que os Estados membros não vendam ao Irã armamentos pesados, como tanques, aviões de combates e outros; apelo para que os Estados membros restrinjam, em seus territórios, o trânsito de pessoas (15, ao todo) envolvidas nos programas nucleares e de mísseis do Irã; o congelamento dos bens, no estrangeiro, dessas pessoas e de 13 entidades ligadas a atividades nucleares ou à Guarda Revolucionária Islâmica; e restrições a doações, empréstimo e assistência financeira ao governo iraniano.
A Resolução 1.737, de 23 de dezembro, além de estabelecer restrições semelhantes às armas iranianas e à movimentação de autoridades do país, tinha como foco o boicote ao suprimento de material e equipamento ao programa nuclear.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, não compareceu à votação. Ahmadinejad queria defender o seu programa nuclear, mas não viajou a Nova York, onde fica a sede da ONU. O motivo foi a demora, segundo ele intencional, das autoridades americanas em entregar vistos à sua delegação.
Seu lugar foi ocupado pelo chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, que criticou a votação. "Posso garantir que pressão e intimidação não mudarão a política iraniana", disse Mottaki após a sessão, descartando o congelamento do programa nuclear. "A suspensão não é opção nem solução."

Britânicos capturados
A votação ocorreu em meio à expectativa quanto ao destino dos 15 militares britânicos capturados na sexta-feira no golfo Pérsico. Ontem, forças de segurança do Irã disseram que os militares "confessaram" ter penetrado nas águas territoriais do país. Os oito marinheiros e sete marines foram levados a Teerã. O Reino Unido afirma não ter dúvidas de que as duas lanchas em que seus militares estavam ao serem interceptados se encontravam em águas territoriais do Iraque. Os britânicos têm mandato da ONU para patrulhar aquela região do golfo Pérsico, para reprimir o desembarque de contrabando e de armas que abasteçam a insurgência no Iraque.


Com agências internacionais


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