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ONU aprova novas sanções contra o Irã
Nova resolução endurece ligeiramente restrições ao regime islâmico, que rebate: fim do programa nuclear "não é opção nem solução"
Militares britânicos presos no mar são levados a Teerã; segundo o regime islâmico, eles "confessaram" ter invadido águas iranianas
DA REDAÇÃO
O Conselho de Segurança da
ONU aprovou ontem, por unanimidade, a imposição de novas
sanções militares e comerciais
ao Irã, em resposta à negativa
do país de congelar seu programa nuclear.
As novas sanções endurecem
ligeiramente as restrições militares, comerciais e diplomáticas aplicadas contra a república
islâmica na resolução anterior,
aprovada em dezembro.
O representante dos EUA,
Alejandro D. Wolff, lembrou
após a votação que a advertência estabelece um novo prazo
de 60 dias: "Ao mesmo tempo
em que esperamos que o Irã
cumpra esta resolução, os Estados Unidos estão totalmente
preparados para adotar novas
medidas em 60 dias se o Irã decidir seguir outro caminho",
disse ele.
A Resolução 1.747, aprovada
ontem, inclui um embargo à
compra de armas iranianas; um
apelo para que os Estados
membros não vendam ao Irã
armamentos pesados, como
tanques, aviões de combates e
outros; apelo para que os Estados membros restrinjam, em
seus territórios, o trânsito de
pessoas (15, ao todo) envolvidas
nos programas nucleares e de
mísseis do Irã; o congelamento
dos bens, no estrangeiro, dessas pessoas e de 13 entidades ligadas a atividades nucleares ou
à Guarda Revolucionária Islâmica; e restrições a doações,
empréstimo e assistência financeira ao governo iraniano.
A Resolução 1.737, de 23 de
dezembro, além de estabelecer
restrições semelhantes às armas iranianas e à movimentação de autoridades do país, tinha como foco o boicote ao suprimento de material e equipamento ao programa nuclear.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, não compareceu à votação. Ahmadinejad queria defender o seu programa nuclear, mas não viajou
a Nova York, onde fica a sede da
ONU. O motivo foi a demora,
segundo ele intencional, das
autoridades americanas em entregar vistos à sua delegação.
Seu lugar foi ocupado pelo
chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, que criticou a
votação. "Posso garantir que
pressão e intimidação não mudarão a política iraniana", disse
Mottaki após a sessão, descartando o congelamento do programa nuclear. "A suspensão
não é opção nem solução."
Britânicos capturados
A votação ocorreu em meio à
expectativa quanto ao destino
dos 15 militares britânicos capturados na sexta-feira no golfo
Pérsico. Ontem, forças de segurança do Irã disseram que os
militares "confessaram" ter penetrado nas águas territoriais
do país. Os oito marinheiros e
sete marines foram levados a
Teerã. O Reino Unido afirma
não ter dúvidas de que as duas
lanchas em que seus militares
estavam ao serem interceptados se encontravam em águas
territoriais do Iraque. Os britânicos têm mandato da ONU para patrulhar aquela região do
golfo Pérsico, para reprimir o
desembarque de contrabando e
de armas que abasteçam a insurgência no Iraque.
Com agências internacionais
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