São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2008

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Prisão de juiz se voltou contra Musharraf

DA REPORTAGEM LOCAL

Os magistrados cuja libertação foi ontem determinada pelo novo premiê paquistanês foram vítimas de um ato de violência jurídica do qual o ditador Pervez Musharraf, 65, lançou mão para permanecer no poder.
Chefe do Estado-Maior do Exército, ele se apoderou do governo em outubro de 1999, colocando em recesso o Parlamento e proclamando-se presidente em 2001.
Mesmo objeto de ampla contestação, Musharraf se reelegeu em outubro de 1997. Mas a Corte Suprema foi consultada sobre a legalidade de seu mandato -ele deveria se desincompatibilizar por dois anos, antes de disputar uma eleição- e sobre a possibilidade de acumulá-lo com o posto de chefe militar. Mesmo intimidados por duas suspensões da Constituição, os juízes tendiam em novembro a vetar o projeto continuísta.
Foi por isso que três dias antes da decisão, em 3 de novembro, Musharraf determinou a prisão dos juízes, entre eles Iftikhar Mohammed Chaudhry, presidente da Corte Suprema, e determinou a paralela prisão de políticos da oposição e de responsáveis por entidades de direitos humanos.
As coisas evoluíram rapidamente. A líder oposicionista Benazir Bhutto voltou do exílio e foi assassinada em ato terrorista. Ela liderava o Partido do Povo Paquistanês, majoritário nas eleições de fevereiro e que no sábado indicou como premiê Yousaf Raza Gilani, que determinou a soltura dos juízes arbitrariamente presos.
(JOÃO BATISTA NATALI)


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