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FOME
ONU pede US$ 500 mi até maio para alimentar 78 países
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
A ONU precisa de pelo menos mais US$ 500 milhões
para manter seus programas
de ajuda alimentar a populações carentes. Segundo o
PMA (Programa Mundial de
Alimentos), a disparada nos
preços de produtos básicos
exclui essas populações do
mercado de alimentos.
O apelo por mais verba foi
feito pela diretora-executiva
do PMA, Josette Sheeran,
em carta aos países doadores. Sheeran, que tem alertado há semanas para o risco
dos altos preços, atribuiu o
fenômeno à forte demanda
da China e da Índia e também ao uso de alimentos como biocombustíveis.
Cálculos da agência indicam que 91 milhões de toneladas de cereais são desviados anualmente para a produção de biocombustíveis.
O PMA diz que precisa da
verba extra para cobrir o buraco no orçamento, que, no
último ano, foi de US$ 2,9 bilhões. Com a alta no preços
das commodities agrícolas, a
despesa deve chegar a US$
3,4 bilhões, diz a agência.
Para continuar a alimentar
73 milhões de pessoas em 78
países, os recursos devem ser
arrecadados até 1º de maio. A
escalada nos preços de alimentos e de combustíveis
significa "simplesmente que
as pessoas estão sendo excluídas do mercado de comida", disse Sheeran.
Só em Darfur, região mergulhada em conflito e pobreza no Sudão, o PMA fornece
alimentos a 3 milhões de
pessoas diariamente. Segundo Sheeran, em alguns casos,
os preços de grãos subiram
até 55% desde junho do ano
passado. Para ela, a tendência não deve mudar tão cedo.
"Nossa avaliação é que os
preços de alimentos continuarão altos pelo menos pelos próximos dois anos." O
resultado disso é a criação de
uma população de "novos famintos" em países da América Latina, da Ásia e da África.
Sheeran alertou que a alta
de preços deve ser tratada
com urgência, antes que aumente a desnutrição e cause
instabilidade social.
Com agências internacionais
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