São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2011

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Síria promete suspensão de emergência vigente há 48 anos

Ditador Bashar Assad também propõe elevar salários de servidores; objetivo é conter revolta no sul do país, onde conflitos já mataram 44

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ditador da Síria, Bashar Assad, acenou com maiores liberdades políticas e até a suspensão do estado de emergência vigente há 48 anos para tentar conter as revoltas no sul do país, especialmente na cidade de Deraa (cujo nome também pode ser grafado como Daraa).
Segundo fontes médicas, pelo menos 37 pessoas foram mortas em Deraa anteontem, quando as forças de segurança de Assad abriram fogo sobre manifestantes.
Desde a sexta passada, quando os protestos começaram, estima-se que ao menos 44 tenham morrido.
No poder desde 2000, Bashar Assad -que sucedeu a seu pai, Hafez Assad, ditador por 29 anos- também prometeu aumentar os salários dos funcionários públicos.
Sua principal assessora, Buthaina Shaaban, afirmou que o governo está elaborando uma lei para permitir outros partidos além do governista Baath e suspender restrições à mídia.
Ela negou que Assad tenha mandado atirar nos manifestantes em Deraa e atribuiu os protestos a "agitadores estrangeiros".
As supostas concessões do ditador são vistas com ceticismo pela oposição e por analistas. Segundo eles, Assad promete reformas desde que assumiu o poder, mas vem ignorando os crescentes protestos contra a repressão política e a lei de emergência.
Além disso, os acenos do governo sírio parecem ter o objetivo imediato de esfriar as manifestações previstas para hoje, dia de orações para os muçulmanos.
Ontem, cerca de 20 mil pessoas se reuniram para os funerais de nove dos mortos.

IÊMEN
O ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh, no poder desde 1978, ofereceu ontem anistia para os militares que abandonaram o seu governo depois da violenta repressão a protestos na capital, Sanaa, que deixou pelo menos 52 mortos na sexta passada.
A oposição rejeitou formalmente a oferta de Saleh de deixar o poder no fim do ano e voltou a pedir a sua renúncia imediata. Segundo o "Wall Street Journal", o ditador estaria negociando sua saída com o general rebelde Ali Mohsen al Ahmar.


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