São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 2006

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IRAQUE SOB TUTELA

80 ficam feridos

Sete carros-bomba matam dez no Iraque

DA REDAÇÃO

Uma onda de explosões de carros-bomba deixou ontem em Bagdá pelo menos dez pessoas mortas e cerca de 80 feridas, em uma aparente campanha de radicais para desacreditar o novo governo do Iraque.
Outros ataques deixaram ainda ao menos 15 mortos enquanto a polícia encontrou os corpos de 32 corpos policiais e recrutas iraquianos - aparentemente vítimas de conflitos sectários.
Desde sábado, quando Jawad al Maliki foi indicado para ocupar o cargo de primeiro-ministro, mais de 70 pessoas morreram em ataques desfechados por grupos insurgentes. Ontem, Maliki disse que sua prioridade será unificar os grupos étnicos do país, cuja violência provoca reais temores de que o Iraque mergulhe rapidamente numa guerra civil.
Em entrevista à CNN, Maliki afirmou que precisará trabalhar "para estabelecer uma reconciliação nacional com base no diálogo nacional e nos interesses comuns". Maliki tem 30 dias, iniciados no sábado, para apresentar seu gabinete ao Parlamento.
As explosões dos carros-bomba ocorreram dentro de um intervalo de cinco horas e tiveram início logo de manhã, num horário em que muitas pessoas já circulavam por uma das ruas centrais de Bagdá. Cinco pessoas morreram.
Duas horas depois, bombas escondidas em dois carros estacionados próximos à Universidade de Mustansiriya mataram outros cinco civis. Somente nos dois ataques, 77 pessoas ficaram feridas, disse o tenente-coronel Falah al Mohammedawi.
Já os 32 policiais e recrutas encontrados mortos ontem, segundo fontes do Ministério do Interior, em duas áreas de Bagdá, eram todas de Ramadi - coração da insurgência, antigoverno.
Ontem, ao falar sobre a situação do Iraque, o presidente dos EUA, George W. Bush, disse acreditar que a democracia esteja "brotando" no país.
Ainda ontem, durante julgamento do ex-presidente Saddam Hussein, promotores apresentaram gravação de uma suposta conversa, nos anos 80, entre ele e um ex-alto assessor do governo, Taha Ramadan.
Saddam diz "ótimo" ao ouvir que "elementos suspeitos" de Dujail - cidade xiita onde ele sofrera uma tentativa de atentado- seriam retirados de lá. Um dos defensores de Saddam disse que a gravação era falsa.


Com agências internacionais


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